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Agora vai? Discurso da Rainha deve colocar Brexit como prioridade zero

Elizabeth II lerá pela segunda vez em dois meses o plano de governo do primeiro-ministro Boris Johnson

Brexit: o governo anunciou um prazo de 11 meses para consolidar um acordo comercial com a UE (File Photo/Reuters)

Brexit: o governo anunciou um prazo de 11 meses para consolidar um acordo comercial com a UE (File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 06h31.

Última atualização em 19 de dezembro de 2019 às 06h53.

Pela segunda vez em dois meses, a Rainha Elizabeth II lerá o plano de governo do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, agora, sob novos ares. Na semana passada, o Partido Conservador do premiê obteve uma vitória retumbante no Parlamento, inclusive em regiões historicamente trabalhistas. Mais do que a escolha de novos representantes, a eleição mostrou que os ingleses querem encerrar o ciclo, e a prioridade, agora, é aprovar o Brexit o quanto antes.

No último discurso, realizado em outubro, a Rainha salientou a importância de um divórcio ordenado e colocou o desembarque como prioridade número um dos ingleses. Nesta quinta-feira, a fala deve se repetir trazendo ainda mais urgência, afinal, o prazo para o Reino Unido deixar a União Europeia (UE) se encerra em 31 de janeiro. 

Com uma maioria jamais vista para os conservadores desde Margaret Thatcher, o partido de Johnson conquistou 350 das 650 cadeiras do Parlamento, o que finalmente deve garantir a aprovação do acordo obtido pelo primeiro-ministro com a UE. O governo planeja levar o tratado para o plenário ainda na próxima sexta-feira, um dia depois do discurso da Rainha. Depois de aprovado, o projeto é encaminhado à comitês que podem propor emendas. 

Uma questão ainda a se resolver é a Escócia. O primeiro-ministro descartou a possibilidade de oferecer ao país um referendo sobre a independência da região, como exigido pela primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon, que obteve bons resultados nas legislativas com seu partido SNP. Em entrevista para a BBC, a premiê disse que a decisão não encerra o caso, enfatizando que a Escócia, que votou 62% em 2016 para permanecer na União Europeia, “não pode ficar trancada no Reino Unido contra sua vontade”.

Outro ponto fundamental para o desembarque é como ficará a relação comercial do Reino Unido com o restante da Europa. No início da semana, o governo de Boris Johnson disse que vai apresentar ao Parlamento britânico o Projeto de Lei de Retirada (WAB) para limitar em até 11 meses, contados a partir da data de aprovação do Brexit, o período de negociações de um novo acordo de comércio entre as partes. 

Caso o Brexit seja mesmo concluído em 31 de janeiro, uma nova relação comercial obrigatoriamente terá de ser consolidada até o final de 2020. Com a oposição no controle, a briga, agora, é contra o relógio.

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