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Agora vai? Acordo de May para o Brexit será votado pela 3° vez

Na última quarta-feira, a primeira-ministra afirmou que está disposta a renunciar ao cargo por um Brexit com acordo

THERESA MAY: o risco de uma saída desordenada da União Europeia se mostra cada vez mais próximo / Francois Lenoir/Reuters

THERESA MAY: o risco de uma saída desordenada da União Europeia se mostra cada vez mais próximo / Francois Lenoir/Reuters

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2019 às 06h33.

Última atualização em 29 de março de 2019 às 06h48.

Faltando apenas 15 dias para o divórcio do Reino Unido com a União Europeia (UE), prazo que já foi alongado, mas deveria terminar hoje, ninguém se atreve a dizer que fim terá o Brexit. Nesta sexta-feira, 29, pela terceira vez, a primeira-ministra Theresa May tentará aprovar o acordo de saída da UE que já foi recusado pelo parlamento britânico em outras duas tentativas. Dessa vez, entretanto, o cenário é um pouco diferente: caso o tratado da premier seja aceito, ela irá renunciar ao cargo, se tornando o segundo ministro vítima do Brexit.

Na última semana, o líder da câmara dos comuns, John Bercow, disse que não iria permitir que May levasse ao plenário o mesmo acordo que já foi recusado em outras duas ocasiões. Entretanto, com os últimos acontecimentos, incluindo a intenção de renúncia da primeira-ministra, Bercow voltou atrás, e nesta sexta-feira os parlamentares deverão votar novamente o acordo que May traça há longos meses com a UE.

Com ou sem votação, os fatos apontam para uma única realidade: até agora, ninguém conseguiu pensar em um caminho que proporcione um Brexit sem danos ao Reino Unido. Se a oposição enxerga desvantagem no acordo obtido por May com a UE, o parlamento não tem aceitado qualquer alternativa proposta até agora.

Na última quarta-feira, oito moções substitutas à criação do Brexit foram recusadas pelos parlamentares, evidenciando ainda mais a nebulosidade que paira sobre os políticos britânicos. Dentre as alternativas recusadas, constavam a retirada da UE sem acordo; a permanência na união aduaneira ou no mercado comum europeu; a submissão de qualquer pacto de divórcio definitivo a um novo referendo ou, até mesmo, o cancelamento do Brexit caso a perspectiva de um rompimento sem acordo se aproximasse.  

Hoje, caso o acordo de May seja aceito ─ cenário improvável dadas as últimas votações ─, a parlamentar será a segunda vítima direta do Brexit. Em 2016, após a aprovação do referendo, o então primeiro-ministro David Cameron também renunciou ao cargo. Até agora, entretanto, a única coisa certa é que o Reino Unido tem até 12 de abril para deixar o bloco europeu.

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