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EUA confirmam eleição nesta semana — e pressão sobre Trump aumenta

Donald Trump e seus aliados republicanos terão uma semana decisiva: estados onde alegam fraude vão oficializar seus resultados

Donald Trump: aumenta a pressão para que o presidente desista de contestar o resultado (Tia Dufour/The White House/Divulgação)

Donald Trump: aumenta a pressão para que o presidente desista de contestar o resultado (Tia Dufour/The White House/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 06h10.

Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 06h13.

Com o fracasso das tentativas de mudar o resultado da eleição na Justiça, Donald Trump e seus aliados republicanos terão uma semana decisiva: os principais estados nos quais eles alegam ter ocorrido fraudes -- sem qualquer prova até aqui -- vão oficializar seus resultados nos próximos dias.

Essa etapa das eleições em geral é apenas uma obrigação burocrática e transcorre sem chamar a atenção. Mas o presidente dos Estados Unidos ainda não reconheceu o resultado das urnas, e a certificação dos resultados é considerada sua última chance de tentar anular a vitória de Joe Biden.

No sistema eleitoral americano, a eleição presidencial é decidida pelo colégio eleitoral. O vencedor do voto popular de cada estado recebe um determinado número de delegados, e eles são oficializados depois de concluída a certificação.

Trata-se de uma simples revisão final dos números apurados. Cada estado tem suas metodologias e prazos próprios., Nacionalmente, todos devem finalizar a certificação até 8 de dezembro.

Donald Trump acusa fraude somente em alguns estados-chave nos quais foi derrotado. Um deles, a Geórgia, confirmou na sexta-feira a vitória de Joe Biden, após uma recontagem dos votos. É a primeira vez que um candidato a presidente do Partido Democrata vence na Geórgia em 28 anos.

Esta semana, outros três devem certificar o que disseram as urnas. Os primeiros deles são Pensilvânia e Michigan, cuja oficialização está prevista para hoje. Amanhã será a vez de Nevada e, na semana que vem, de Arizona e Wisconsin.

O processo será observado com atenção em Michigan. Trump e seus aliados estão determinados a intervir para contestar a vitória de Biden, apesar de não ter tido sucesso na via judicial.

No sábado, o Partido Republicano enviou uma carta ao órgão responsável pela certificação pedindo uma extensão de duas semanas no prazo.

A alegação é de que houve irregularidades no condado de Wayne, que inclui Detroit, a maior cidade do estado e onde há uma importante comunidade negra. Biden recebeu 421.000 votos no condado de Wayne, contra 144.000 de Trump.

Na semana passada, o presidente americano telefonou para uma das autoridades responsáveis por oficializar o resultado do condado, uma medida surpreendente, pois trata-se de uma burocrata regional.

As tentativas de interferência nesta etapa da eleição são vistas como um ato de desespero de Trump. Os próprios republicanos de Michigan, em reunião com o presidente na sexta-feira, afirmaram não haver base para as acusações de fraudes.

Uma complicação extra do sistema é que o grupo responsável por oficializar os resultados de Michigan é composto por dois democratas e dois republicanos.

É possível que ocorra um empate de dois a dois – se os republicanos se recusarem a certificar a vitória de Biden. Uma corte estadual pode ser obrigada a intervir, mas a possibilidade é considerada remota. A esta altura, todas as revisões e checagens já foram realizadas e a declaração é uma mera formalidade.

Os eventos da Geórgia – um estado dominado pelos republicanos – sinalizam que as lideranças regionais do Partido Republicano estão pouco dispostas a interferir em uma eleição considerada justa e sem grandes incidentes.

“Vivo segundo lema de que os números não mentem”, disse o secretário de estado da Geórgia, Brad Raffensperger, ao anunciar a oficialização dos resultados.

Quando todos os estados tiverem oficializado suas apurações, no dia 8 de dezembro, as possibilidades de contestação são praticamente nulas, e o processo entra em piloto automático.

No dia 14 de dezembro, cada estado reúne seus delegados, que depositam seus votos do colégio eleitoral. São estes os votos que na prática elegem o presidente americano. Biden receberá 306 votos, contra 232 de Trump.

Já houve casos de delegados que não votaram no candidato que venceu a eleição no estado, mas foram episódios isolados e que não mudaram o resultado final.

Três semanas depois, em Washington, uma sessão conjunta da Câmara e do Senado faz uma apuração dos votos do colégio eleitoral e proclama o resultado.

Joe Biden assume como o 46º presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro, uma quarta-feira.

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