Agência de notícias
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 07h19.
Agentes do FBI (polícia federal dos EUA) entraram com uma ação contra o Departamento de Justiça do país para impedir a divulgação de uma lista de funcionários que atuaram nas investigações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, informou o The Wall Street Journal. Eles alegam que temem represálias caso suas identidades sejam reveladas.
A medida foi tomada depois que o procurador-geral interino, Emil Bove, exigiu do FBI na semana passada um compilado com todos os nomes que trabalharam nesses casos. Isso despertou um temor de demissões em massa e culminou nos dois processos movidos no tribunal federal em Washington.
Milhares de agentes, analistas e outros colaboradores participaram no vasto inquérito sobre os motins no Capitólio, um dos maiores da história do Departamento de Justiça. Em condição de anonimato, alguns funcionários disseram que o medo de terem seus nomes revelados também refletia a possibilidade de se tornarem alvos de "vingança" dos condenados, de acordo com uma das ações
A outra peça incluía uma publicação nas redes sociais de Enrique Tarrio, ex-líder de milícia de extrema direita Proud Boys, sentenciado a 22 anos, maior pena pelo ataque ao Capitólio, pedindo a prisão de um agente do FBI que testemunhou contra ele.
Ainda nas primeiras horas de sua volta à Casa Branca, Trump cumpriu uma promessa de campanha e concedeu o perdão presidencial para os acusados pela invasão ao Capitólio. Na sequência, um memorando do procurador-geral ordenou a demissão de oito membros do alto escalão do FBI e exigiu a lista com os nomes dos agentes.
Além disso, um inquérito com 12 perguntas sobre o envolvimento dos servidores na investigação do 6 de janeiro foi disparado pelo governo federal, aumentando a tensão nos corredores. Em resposta à ofensiva republicana, o FBI entregou os dados pessoais de cerca de 5 mil funcionários, mas identificou-os apenas por um código e não pelo nome, disseram fontes.
"Compreendo que a nossa resposta continua a ser motivo de preocupação e confusão entre os milhares de funcionários que constam nas listas e que estão preocupados com o bem-estar da nossa família do FBI. Somos extremamente sensíveis à proteção da segurança pessoal e da segurança do nosso pessoal", escreveu Driscoll.
Por outro lado, um funcionário do Departamento de Justiça negou que exista "qualquer seleção de agentes", mas não explicou o que pretendia fazer com a lista.