Propulsor HPGP 1-N, desenvolvido pela ESA, utiliza o combustível alternativo: menos riscos ao meio ambiente
Talita Abrantes
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
São Paulo - Com cooperação de pesquisadores suecos, a Agência Espacial Europeia (ESA) pretende substituir o combustível hidrazina, utilizado em sondas e satélites, por uma fórmula mais limpa e que apresente menos riscos à saúde humana.
Até agora, o candidato mais provável ao posto é o LMP-103S, que é feito a partir de uma mistura de dinitramida de amônio (ADN), metanol (álcool metílico), amônia e água. O combustível alternativo possui rendimento 30% superior ao da hidrazina. "Ele é mais seguro para ser transportado e dispensa o uso de vestimentas especiais para a sua utilização", disse Mark Ford, chefe da divisão de engenharia de propulsão da ESA.
A hidrazina faz parte da rotina espacial da ESA desde a Segunda Guerra Mundial, quando foi utilizada em foguetes alemães. Isso se deve à sua alta capacidade de se inflamar quando em contato com um agente oxidante. No entanto, o propelente é extremamente corrosivo e tóxico - com potencial de causar sérios danos à natureza.
A expectativa da ESA é que a alternativa à hidrazina ajude também a reduzir os custos dos lançamentos de satélites. "Eles poderiam sair da fábrica já com tanques cheios. Atualmente, eles são abastecidos nas plataformas de lançamento, na última hora, por motivos de segurança", afirma Ford.
O novo combustível deve ser empregado no lançamento do satélite sueco Prisma ainda este ano. O projeto, conduzido junto com o Grupo de Corporações Espaciais da Suécia, envolve também o desenvolvimento de propulsores que funcionem com o novo tipo de propelente.
* Com informações da Agência Espacial Europeia