Caster Semenya: o Congresso Nacional Africano afirmou que a Federação quer acabar com a carreira da atleta (Athit Perawongmetha/Reuters)
EFE
Publicado em 26 de abril de 2018 às 15h58.
Última atualização em 26 de abril de 2018 às 15h58.
Johanesburgo - A África do Sul saiu nesta quinta-feira em defesa da atleta Caster Semenya, duas vezes campeã olímpica dos 800 metros, e chamou de "caça às bruxas" a decisão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) de obrigar as atletas com elevada produção natural de testosterona a reduzi-la.
"Essa infeliz e proposital decisão é, no melhor dos casos, uma caça às bruxas contra a nossa atleta Caster Semenya", afirmou a ministra de Esportes da África do Sul, Tokozile Xasa.
A ministra disse estar decepcionada com a IAAF pela decisão de obrigar as atletas com elevada produção endógena de testosterona a reduzir os níveis do hormônio no corpo para disputar algumas provas femininas. Caso contrário, elas deverão correr com os homens.
Xasa questionou, inclusive, se a decisão não é uma forma de tentar diminuir o domínio das atletas africanas nas competições e chamou os sul-africanos a se manifestar oposição a novas regras.
A ministra afirmou que o governo da África do Sul tomará todas as medidas ao seu alcance para contestar a medida, que no país é vista como racista, sexista e deliberada para prejudicar Semenya.
A atleta, por enquanto, não se pronunciou diretamente sobre a polêmica decisão, mas compartilhou algumas mensagens no Twitter.
"Que lindo é permanecer calada enquanto os demais esperam que estejas furiosa", dizia uma das mensagens compartilhadas por ela.
Semenya é muito popular e querida na África do Sul. Centenas de internautas do país mostraram apoio à atleta nas redes sociais, e a hashtag #CasterSemenya estava nos trending topics do Twitter.
A ala feminina do Congresso Nacional Africano (CNA), partido que governa o país, acusou a IAAF de querer encerrar a carreira de Semenya.