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África do Sul chocada com morte do capitão da seleção

O país amanheceu de luto com a morte de Senzo Meyiwa, goleiro e capitão dos Bafana Bafana

O goleiro Senzo Meyiwa, capitão dos Bafana Bafana, a seleção sul-africana de futebol (Duif du Toit/Gallo Images/Getty Images)

O goleiro Senzo Meyiwa, capitão dos Bafana Bafana, a seleção sul-africana de futebol (Duif du Toit/Gallo Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 13h48.

Johanesburgo - A África do Sul amanheceu de luto nesta segunda-feira com a morte do goleiro Senzo Meyiwa, capitão dos Bafana Bafana, a seleção nacional de futebol, baleado na noite de domingo durante um assalto à casa da namorada, em um caso de violência comum no país.

"Palavras não podem expressar o estado de choque da Nação", declarou o presidente sul-africano, Jacob Zuma, num comunicado.

"O país está chorando", resumiu Dennis Mumble, dirigente da Federação Sul-Africana de Futebol (SAFA).

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, reagiu em sua conta da rede social Twitter. "Meu pensamento vai para as famílias, jogadores e torcedores dos @Orlando_Pirates e @BafanaBafana. Uma perda impensável", escreveu o dirigente.

No início da tarde, um alto responsável da polícia local, concedeu uma entrevista coletiva transmitida ao vico na televisão, para dar a descrição dos suspeitos, dois homens de cerca de 30 anos.

Morto por um celular

O goleiro estava jantando na casa da namorada, Kelly Khumalo, cantora famosa no país, junto com outras cinco pessoas, em Voslooru, 20% ao sul de Johannesburgo.

Dois homens entraram na casa armados, pedindo os telefones celulares da vítimas, enquanto um terceiro ficava do lado de fora.

Houve uma altercação e o atleta de 27 anos foi morto a tiros. Os ladrões conseguiram fugir, e levaram um celular.

Os investigadores estão tentando elaborar o retrato dos agressores, que deve ser divulgado em breve na mídia.

A polícia também prometeu 250.000 rands (18.000 euros) a qualquer pessoa que fornecer informações para ajudar a prender o assassino.

Mais de 17.000 pessoas tiveram morte violenta no ano passado na África do Sul, mas este crime deixou toda a nação comovida.

De acordo com as estatísticas oficiais, divulgadas em setembro, o número de homicídios não para de crescer e chega à média de 47 por dia, para uma população de 53 milhões de habitantes.

Um estudo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) aponta que a média mundial é de cerca de 6 homicídios por ano para cada 100.000 habitantes.

Na África do Sul, a média é de 32,2. No Brasil, o número chega a 27,4, de acordo com a pesquisa do Mapa da Violência divulgado em 2013, com base em informações do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Clássico adiado

Depois de um início de carreira discreto, Meyiwa começou a despontar no mais alto nível no ano passado, quando chegou à final da Liga dos Campeões africana com seu clube, o Orlando Pirates.

Ele ganhou a posição de titular da seleção sul-africana com a lesão de Itumeleng Khune e brilhou neste ano nas eliminatórias para a Copa Africana das Nações de 2015, tanto que passou a usar a braçadeira de capitão em setembro.

O clássico entre o Pirates e o Kaizer Chiefs, duas das equipes mais populares do país, marcado para este sábado no Soccer City, que recebeu a final da Copa do Mundo de 2010, foi adiado "por respeito a Senzo".

O esporte sul-africano já viveu outra tragédia na última sexta-feira, com morte do velocista Mbulaeni Mulaudzi, campeão mundial dos 800 m em 1999, num acidente de carro.

Quatro dias antes, o atleta paralímpico Oscar Pistorius foi condenado a cinco anos de prisão por ter matado a namorada com quatro tiros em fevereiro de 2013.

Pistorius alegou ter atirado através da porta do banheiro porque achava que um ladrão tinha invadido sua casa. Um comportamento que pode parecer chocante, mas não surpreendeu muito na África do Sul, país que vive sob ameaça constante da violência.

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