Corpos das vítimas mortas por Bales: dezesseis dos 22 mortos e feridos eram mulheres ou meninas e quase todas as vítimas levaram tiros na cabeça (©AFP / Mamoon Durrani)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 12h11.
Base Lewis-MCchord - Um policial afegão testemunhou em uma audiência numa base americana que um único atirador não poderia ter cometido a matança de 16 civis afegãos em março de 2012 na cidade de Kandahar, crime pelo qual está sendo julgado o sargento americano Robert Bales.
O testemunho da defesa afirmou que o massacre, que aconteceu em dois povoados vizinhos que ficavam perto de uma base americana, foi grande demais para ser obra exclusivamente do militar, que poderá acabar enfrentando um tribunal de guerra após as audiências preliminares.
Bales, de 39 anos, é acusado de sair de sua base no distrito de Panjwayi, na província de Kandahar (sul), durante a noite de 11 de março deste ano para cometer os crimes.
"Uma pessoa não teria coragem de ir de um povoado a outro durante a noite", testemunhou Judai Dad, membro da polícia afegã que investigou a cena do crime na manhã seguinte.
O soldado, vestindo seu uniforme de combate, assistiu à audiência na base Lewis-McChord, perto de Seattle, nos Estados Unidos, e não demonstrou emoção ao ouvir a testemunha, que falava diretamente do Afeganistão.
Bales enfrenta 16 acusações de assassinato, seis de tentativa de homicídio, sete de agressão, duas de uso de narcóticos e uma de ingestão de álcool.
Dezesseis dos 22 mortos e feridos eram mulheres ou meninas e quase todas as vítimas levaram tiros na cabeça.
Bales pode ser condenado à morte se tiver que comparecer frente a um tribunal de guerra.
A fase preliminar do processo começou no dia 5 de Novembro e deverá ter fim nesta terça-feira.