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Afeganistão: seis são presos por vender menina de 8 anos

O pai pretendia destinar o dinheiro para se casar de novo, pois sua esposa havia morrido há anos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 15h44.

Cabul - O pai de uma menina de oito anos e outras cinco pessoas foram detidas no Afeganistão acusados de envolvimento na venda da criança por US$ 4.900 para casá-la com um homem de 30, informaram nesta quinta-feira à Agência Efe fontes oficiais.

O progenitor, Muhammad Hussain, de 60 anos, teria vendido sua filha na província de Balkh, no norte do país, em troca de 280 mil afganis, disse a promotora do Escritório de Acusação Especial para Casos de Violência contra as Mulheres, Fawzia Hamidi.

Os casamentos forçados são proibidos no país asiático, onde a lei também não permite que menores de 18 anos se casem.

'O pai vendeu sua filha como uma vaca ou uma ovelha e não a tratou como humana', afirmou Hamidi.

A menina foi vendida há 22 dias, mas o caso não havia sido descoberto até agora. Embora não tenha havido celebração do casamento, um mulá, líder islâmico, 'regulou união', segundo a promotora.

O pai, o homem para quem foi vendida e o mulá foram detidos junto de outras três pessoas que também estariam envolvidas.

Ele pretendia destinar o dinheiro para se casar de novo, pois sua esposa morreu há anos, e 'tinha comprado uma casa, além de ter enviado um de seus filhos ao Irã para trabalhar', relatou Hamidi.

Um porta-voz da polícia de Balkh, Sher Khan Durani, confirmou à Efe as seis detenções e explicou que os detidos foram levados à promotoria provincial.

Este escritório registrou no último ano 15 casos de casamentos com menores na província, mas outros não foram levados adiante porque 'só podemos seguir os que acontecem em zonas urbanas, e muitos ocorrem nas rurais', indicou Hamidi.

O castigo para esses casos é de no mínimo dois anos de prisão, mas esta representante do Ministério público declarou que o sistema judiciário afegão não é muito propenso a condenar os culpados.

'Não seríamos testemunhas de tais incidentes se quem os comete fosse corretamente punido pelo tribunal', sentenciou. 

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