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Afeganistão diz que prioridade são eleições, e não paz com Talibã

Segundo porta-voz presidencial, um acordo de paz com o Talibã só poderia ocorrer após a realização da eleição presidencial prevista para 28 de setembro

Eleições: O Talibã, que considera o governo afegão um fantoche dos EUA, alertou afegãos para não votar, afirmando que as assembleias de voto serão alvos de ataques (Omar Sobhani/Reuters)

Eleições: O Talibã, que considera o governo afegão um fantoche dos EUA, alertou afegãos para não votar, afirmando que as assembleias de voto serão alvos de ataques (Omar Sobhani/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de setembro de 2019 às 10h53.

Kabul — O governo afegão só considerará fazer um tratado de paz "legítimo" com insurgentes após a realização das eleições nacionais, disse um funcionário do governo a repórteres neste sábado, apesar da atmosfera de incerteza política após a interrupção repentina nas negociações de paz entre os Estados Unidos e o Talibã.

O presidente Donald Trump cancelou abruptamente as negociações para acabar com a guerra mais longa da história dos EUA na semana passada. O governo afegão foi amplamente excluído das negociações e está preocupado com o fato de que qualquer acordo finalizado entre EUA e Talibã atrasaria as eleições.

"Nada impedirá que as eleições presidenciais aconteçam '', disse o porta-voz presidencial afegão, Sediq Seddiqi. Ele disse que um acordo de paz com o Talibã só poderia ocorrer após a realização da eleição presidencial prevista para 28 de setembro. "A legitimidade da paz não pode ser alcançada sem eleições", disse ele.

Sediqqi também sugeriu que haverá uma "grande mudança" para melhorar a segurança em todo o país antes da votação, porque teme mais violência. O Talibã, que considera o governo afegão um fantoche dos EUA, alertou afegãos para não votar, afirmando que as assembleias de voto serão alvos de ataques.

O porta-voz mencionou a visita de uma delegação do Talibã à Rússia poucos dias depois de Trump cancelar as negociações, para dizer que os insurgentes se depararam com uma "falha política" deles próprios.

Ele acrescentou, ainda, que o Talibã deve manter conversações diretamente com o governo afegão - o que eles se recusaram a fazer - em vez de potências estrangeiras.

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