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Afeganistão busca investidores para jazida de ferro

Londres - O Afeganistão buscou nesta sexta-feira investidores interessados em explorar suas reservas minerais, e anunciou para setembro o leilão para a concessão da mina de ferro de Hajigak. O ministro das Minas, Wahidullah Shahrani, que está divulgando seu país nesta semana em Londres, disse já ter conversado com a ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, […]

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2010 às 17h33.

Londres - O Afeganistão buscou nesta sexta-feira investidores interessados em explorar suas reservas minerais, e anunciou para setembro o leilão para a concessão da mina de ferro de Hajigak.

O ministro das Minas, Wahidullah Shahrani, que está divulgando seu país nesta semana em Londres, disse já ter conversado com a ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, e que também pretende se reunir com executivos da mineradora Rio Tinto.

"O interesse está crescendo entre a comunidade de investidores. Eles estão ávidos por descobrir mais informação", disse ele a jornalistas após uma série de apresentações sobre o setor mineral do seu país.

Ele afirmou que as reservas de minérios como cobre, ferro, ouro e alumínio podem valer de 1 a 3 trilhões de dólares. Um recente memorando do Pentágono avaliava essas reservas em 1 trilhão de dólares.

O governo afegão, às voltas com a insurgência do grupo islâmico Taliban, criou uma força de segurança de 1.500 homens para atuar numa nova mina de cobre, e promete fazer o mesmo para outras mineradoras.

"Normalmente recebemos cobertura negativa (da imprensa), há um foco principalmente nos incidentes, nas explosões, nos ataques, nas vítimas, os quais também são parte da realidade", disse ele.

"Mas ao mesmo tempo há tremendas oportunidades ... isso pode despertar muitas esperanças na comunidade mundial a respeito do potencial que existe no Afeganistão."

O governo afegão espera arrecadar 3,5 bilhões de dólares por ano com esses recursos dentro de 15 anos, afirmou Shahrani.

Analistas alertam que a exploração mineral no Afeganistão enfrentará desafios que podem levar décadas para serem superados. O país tem infraestrutura deficiente, está no meio de uma guerra e tem fama de ser propenso à corrupção.

As apresentações desta sexta-feira foram recebidas com um misto de cautela e interesse. "Meu palpite é de que alguns pequenos vão entrar, mas não sei se haverá muito apetite para alguns dos grandes projetos. Isso pode ficar para os chineses", disse o analista Charles Gibson, da Edison Investment Research.

Amir Bedi, sócio-gerente da firma londrina de investimentos Bedi Capital, se disse intrigado com as possibilidades. "O Afeganistão não estava no meu radar antes, mas esta foi uma boa chance de receber informação e conhecer funcionários do governo", afirmou ele, ressalvando que não tem planos imediatos de investir no Afeganistão, mas cogitaria futuras oportunidades.

A jazida de ferro de Hajigak, cerca de 130 quilômetros a oeste de Cabul, deve ser levada a leilão em setembro. Técnicos soviéticos estimaram na década de 1960 que haja ali 1,8 bilhão de toneladas de minério com 64 por cento de ferro, cálculos que são colocados em dúvida atualmente no Ocidente.

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