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Afeganistão alerta Paquistão após confronto na fronteira

País alertou sobre as consequências de eventuais novos confrontos em um trecho disputado da fronteira

Manifestantes afegãos em um protesto anti-Paquistão em Cabul, no Afeganistão (Omar Sobhani/Reuters)

Manifestantes afegãos em um protesto anti-Paquistão em Cabul, no Afeganistão (Omar Sobhani/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2013 às 12h15.

Cabul - O Afeganistão alertou nesta segunda-feira o Paquistão sobre as consequências de eventuais novos confrontos em um trecho disputado da fronteira, horas depois de mais um confronto entre as forças dos dois países.

O incidente indica uma grave deterioração nas relações entre Afeganistão e Paquistão, dois importantes aliados dos EUA, e ocorre a poucos dias de uma eleição geral paquistanesa.

Em sua declaração mais firme até agora, a chancelaria afegã disse que em caso de "quaisquer novos ataques não provocados por parte das forças paquistanesas, o Paquistão arcará com a responsabilidade por eventuais consequências".

Não ficou claro se houve baixas no incidente de segunda-feira, que motivou um protesto em Cabul com milhares de pessoas aos gritos de "morte ao Paquistão".

Autoridades afegãs disseram que o confronto começou quando soldados paquistaneses tentavam consertar um portão da fronteira, na província afegã de Nangarhar, onde na semana passada um policial afegão havia sido morto em tiroteio.

"O confronto desta manhã começou depois que o lado paquistanês continuou a consertar o portão, que ficou danificado no tiroteio anterior", disse Ahmad Zia Abdulzai, porta-voz do governo provincial.

Não se sabe quem atirou primeiro.

Um funcionário paquistanês disse, sob anonimato, que os soldados afegãos iniciaram o confronto. Já um porta-voz do ministério afegão do Interior culpou o Paquistão. "A construção de postos avançados ou de um portão em solo afegão é ilegal, e vamos fazer o que pudermos para impedir isso", afirmou o porta-voz Sediq Sediqqi.

O Afeganistão diz que o portão, adjacente ao posto militar paquistanês de Gursal, está no seu território.

O Afeganistão e o Paquistão têm relações tensas desde que o Paquistão foi criado, em 1947, ao final do domínio colonial britânico sobre a Índia.

Cabul nunca aceitou oficialmente a fronteira entre os dois países, traçada pela Grã-Bretanha em 1893, atravessando terras habitadas por tribos da etnia pashtun.

Outro motivo de tensão é o apoio que o governo paquistanês deu no passado ao Taliban afegão, que hoje realiza uma insurgência contra o governo do presidente Hamid Karzai.

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