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Advogados negam fuga do presidente destituído da Coreia do Sul

Ex-presidente sofreu impeachment após fracassada declaração de lei marcial no país em 3 de dezembro

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 08h31.

Última atualização em 8 de janeiro de 2025 às 08h39.

Os advogados de Yoon Suk-yeol negaram nesta quarta-feira, 8, que o presidente destituído da Coreia do Sul tenha fugido, como alega a oposição, e garantiram que falaram com ele ontem e que está disposto a ser preso e julgado por meio dos canais legais apropriados.

Os comentários dos advogados são divulgados no momento em que as autoridades preparam uma segunda operação para tentar prender Yoon, depois de a primeira ter fracassado na sexta-feira devido ao bloqueio do Serviço de Segurança Presidencial (PSS) e perante o argumento do presidente e seus apoiadores de que a investigação está sendo forçada pelo opositor Partido Democrático (PD) por meio de canais impróprios.

A equipe jurídica do presidente sul-coreano, que está sendo investigado por sua fracassada declaração da lei marcial em 3 de dezembro, disse em uma entrevista coletiva que se encontrou com Yoon em sua residência na noite de terça-feira, e que o presidente está atualmente ali, apesar das especulações sobre sua possível fuga.

Um dos seus advogados, Yun Gap-keun, insistiu hoje que a defesa de Yoon continua se recusando a cooperar com uma investigação baseada no que chamou novamente de mandado de prisão "inválido" e "ilegal" contra o presidente, que foi afastado do cargo pelo Parlamento em 14 de dezembro em resposta à sua proclamação de estado de exceção.

"O que está claro é que se o Escritório de Investigação de Corrupção de Funcionários de Alto Escalão (CIO) solicita o mandado (de prisão) a um tribunal no Distrito Oeste de Seul, que está fora da jurisdição, não podemos aceitá-lo", afirmou Yun, enfatizando que o poder de julgar a suposta insurreição de Yoon cabe aos tribunais do Distrito Central de Seul, os principais do país.

Os comentários de Yun foram feitos depois que o CIO obteve na terça-feira uma extensão para executar o mandado de prisão emitido por um tribunal no distrito oeste da capital sul-coreana.

Os advogados do presidente também insistiram que a investigação do suposto crime de insurreição não é responsabilidade do CIO, mas do Ministério Público.

As diferenças entre o escritório anticorrupção e o Ministério Público remontam justamente à época de Yoon Suk-yeol como procurador-geral.

O CIO foi criado pelo governo liberal anterior em 2021 para limitar os poderes investigativos do Ministério Público sobre funcionários de alto escalão depois que a investigação liderada pelo próprio Yoon sobre o então ministro da Justiça terminou com sua renúncia repentina.

Seu sucessor criou então o CIO, o que por sua vez forçou a renúncia do atual presidente, que três meses depois concorreria como candidato conservador nas eleições de 2022, e levou ao cenário atual, marcado pela falta de poderes claros e profundo ressentimento entre organismos e os dois principais partidos políticos do país.

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