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Advogados do ex-presidente sul-coreano voltam a pedir anulação do mandado de prisão

Defesa de Yoon Suk-yeol argumenta que o gabinete anticorrupção não tem autoridade para lidar com o crime de insurreição ao qual ele é acusado por decretar lei marcial em dezembro

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 10h21.

Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 10h35.

Os advogados do presidente destituído da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, anunciaram nesta quinta-feira, 9, que solicitaram a revogação do mandado de prisão contra seu cliente, cuja validade foi estendida esta semana por um tribunal de Seul.

Os advogados explicaram em entrevista coletiva que a anulação foi solicitada ao Tribunal Constitucional juntamente com um pedido de esclarecimento de competências jurisdicionais.

A equipe jurídica de Yoon tem argumentado que tanto o gabinete anticorrupção, que obteve o mandado de prisão, como o tribunal que o concedeu e posteriormente o prorrogou, não têm autoridade para lidar com o crime de insurreição do qual o presidente é acusado em virtude de sua declaração fracassada de lei marcial em 3 de dezembro.

Yun Gap-geun, um dos advogados de Yoon, disse que tanto o juiz que emitiu a ordem e depois a estendeu quanto o juiz que rejeitou o primeiro pedido de anulação que apresentaram "não apenas fizeram interpretações jurídicas errôneas, mas também estão fazendo aplicações jurídicas errôneas".

"Há inferências e interpretações exageradas da lei que tornam o processo muito provavelmente ilegal", acrescentou.

Tanto o presidente como a legenda governante, o conservador Partido do Poder Popular (PPP), acreditam, tal como a equipe jurídica de Yoon, que o gabinete anticorrupção, um organismo criado pelo anterior governo liberal para reduzir os poderes do Ministério Público, não tem autoridade neste caso.

Representantes desta entidade, o Escritório de Investigação de Corrupção de Funcionários de Alto Escalão (CIO), e dezenas de agentes da polícia tentaram na última sexta-feira, sem sucesso, prender Yoon, que estava protegido pelo Serviço de Segurança Presidencial (PPS), que bloqueou a entrada de sua residência.

O CIO e a polícia devem realizar uma segunda operação para tentar prender o presidente nos próximos dias.

Centenas de apoiadores de Yoon se reuniram novamente hoje perto da residência presidencial para protestar contra a possível prisão.

"O presidente Yoon parece saudável, embora esteja preocupado que seu objetivo de declarar lei marcial possa não ser alcançado", acrescentou Yun.

Questionado sobre o objetivo do presidente, seu advogado disse que Yoon "acredita que a imposição da lei marcial tem a intenção de criar um clima para que nosso povo se levante".

O presidente declarou estado de exceção em 3 de dezembro, argumentando que a oposição, que controla o Parlamento, estava agindo como uma entidade antiestatal pró-Coreia do Norte.

Sobre a possibilidade de Yoon comparecer à primeira audiência formal sobre seu impeachment perante o Tribunal Constitucional, que deve decidir entre agora e junho se sua destituição parlamentar decretada em 14 de dezembro é definitiva ou não, os advogados indicaram que não decidiram nada sobre este assunto porque atualmente existem outras prioridades.

Se conseguirem prender Yoon, os investigadores terão 48 horas para interrogá-lo e até mesmo solicitar um mandado para estender sua detenção, se considerarem necessário.

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