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Advogado de Toledo alegará que parte de crimes prescreveu

Tentativa inclui os crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência, pelos quais o ex-presidente do Peru é acusado dentro do caso Odebrecht

Alejandro Toledo: segundo advogado, Toledo está sendo alvo de um processo injusto (Mariana Bazo/Reuters)

Alejandro Toledo: segundo advogado, Toledo está sendo alvo de um processo injusto (Mariana Bazo/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 14h55.

Lima - O advogado do ex-presidente Alejandro Toledo, Paolo Aldea, alegará que o crime de tráfico de influência pelo qual o político é acusado dentro do caso Odebrecht no país prescreveu.

O juiz Richard Concepción avaliará em uma audiência pública na quinta-feira o pedido de prisão preventiva do ex-presidente, que governou o país entre 2001 e 2006. Ele é acusado pela Promotoria de ter recebido US$ 20 milhões em propinas da Odebrecht.

Como Toledo está fora do Peru, Concepción pode solicitar uma ordem de prisão e captura internacional.

O advogado do ex-presidente disse que Toledo está sendo alvo de um processo injusto e que tentará anular o pedido de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência.

Aldea afirmou que alegará que a acusação de tráfico de influência prescreveu. Segundo o advogado, o prazo máximo para a Justiça acusar Toledo seria de oito anos e os promotores afirmam que o crime ocorreu em 2004.

"Consideramos que o prazo máximo que o Estado tinha para perseguir o crime já extrapolou. Não aceitamos a acusação. Dessa forma, o que fazemos como advogado e técnico em leis, é criar um meio de defesa dentro da lei", disse Aldea à emissora "Canal N".

Sobre a lavagem de dinheiro, o advogado diz que o ex-presidente já está sendo investigado pelo crime no Peru. A Justiça considera suspeitas as compras imobiliárias feitas por Toledo através da empresa Ecoteva, criada por seu amigo Josef Mainan na Costa Rica.

Mainan agora é citado como receptor das propinas pagas pela Odebrecht em contas de suas empresas no exterior, de acordo com o depoimento do ex-diretor da construtora no Peru, Jorge Barata.

"Nos preocupamos com a existência de uma dupla investigação. A investigação do caso Ecoteva não é alheia ao caso Odebrecht. Estamos falando de dois casos que partem da mesma suposta irregularidade", afirmou o advogado do ex-presidente.

No Peru, a Odebrecht admitiu ter pagado US$ 29 milhões em propinas entre 2005 e 2014, período que compreende os governos de Toledo, Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016) para facilitar a participação em grandes obras de infraestrutura no país.

Ao ser perguntado se Toledo vai se apresentar à Justiça, o advogado afirmou que não conversa com seu cliente sobre o assunto.

Por outro lado, o advogado Javier Vale Riestra, que defendeu Toledo no caso Ecoteva, disse à "RPP Notícias" que recomendaria que o ex-presidente ficasse nos Estados Unidos. "Se ele vier ao Peru, tornariam o caso totalmente midiático".

"É o que ele deveria fazer, e este não é um conselho, porque não tenho relação com ele, é viajar para Israel. Sendo casado com uma mulher israelita, ele tem imunidade", disse Riesta, citando a esposa de Toledo, Elianne Karp.

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