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Advogado de Lagarde diz que processo está "falseado"

Em entrevista ao Le Figaro, a defesa da diretora-gerente do FMI acusou um ex-promotor de agir "movido pela oposição com fins políticos"

Christine Lagarde é acusada de influenciar na atribuição de uma indenização de 285 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie, em 2008, pela venda da Adidas (Jim Watson/AFP)

Christine Lagarde é acusada de influenciar na atribuição de uma indenização de 285 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie, em 2008, pela venda da Adidas (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h12.

Paris - O advogado da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alega que a abertura de uma investigação judicial contra ela para determinar seu papel no caso Tapie está "falseada desde o princípio", segundo publicou nesta sexta-feira o jornal francês Le Figaro.

Em entrevista concedida a esse diário, o advogado Yves Repiquet considerou que o ex-promotor do Tribunal de Cassação Jean-Louis Nadal, que solicitou em maio a abertura dessa investigação, "agiu movido pela oposição com fins políticos".

Repiquet se mostrou "surpreendido" pelas acusações de "cumplicidade em falsificação" e de "cumplicidade no desvio de verbas públicas" que recaem sobre a diretora do FMI.

Segundo o advogado, as acusações foram "mantidas publicamente pelos deputados socialistas" antes de tramitarem na Corte de Justiça da República.

Em 10 de maio, a Promotoria do Supremo Tribunal fez sua a denúncia dos parlamentares da oposição e pediu a abertura de uma investigação à CJR, a única instância capaz de julgar ministros por atos cometidos no transcurso de suas funções.

Essa investigação procurará esclarecer a suposta influência exercida por Lagarde na atribuição de uma indenização de 285 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie, em 2008, pela venda da Adidas.

Se os fatos forem confirmados, Lagarde, que na época era ministra da Economia e decidiu que o montante da indenização fora fixado por uma comissão arbitral privada e não pelos tribunais, pode ser condenada a uma pena máxima de dez anos de prisão e 10 mil euros de multa.

Repiquet não acredita que esta investigação vá prejudicar Lagarde no exercício de suas funções à frente do FMI, cargo que a francesa assumiu há pouco mais de um mês em substituição de seu compatriota Dominique Strauss-Kahn, que renunciou após ser acusado de agressão sexual contra uma camareira de um hotel em Nova York.

Por fim, o advogado disse sentir-se "totalmente tranquilo" quanto ao resultado deste processo, "seja qual for sua duração".

Já o empresário Tapie, em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo diário francês "Libération", disse que "interessa a todo o mundo, e especialmente a Lagarde, que a CJR empreenda uma investigação em profundidade".

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