Pervez Musharraf, ex-presidente paquistanês: advogado de Musharraf disse à corte que cliente não pôde comparecer à audiência perante a ameaça contra sua vida (Mohammad Abu Omar/Files/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2013 às 07h56.
Nova Délhi - A audiência do julgamento por traição do ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, foi adiada nesta terça-feira após a descoberta de explosivos e pistolas no trajeto que o ex-mandatário deveria percorrer em Islamabad, informaram fontes oficiais.
As forças de segurança descobriram uma bolsa com cinco quilos de explosivos e duas pistolas no caminho do ex-general, de sua residência ao tribunal, segundo as fontes militares citadas pelo canal local "Geo".
Anwar Mansoor Khan, advogado de Musharraf, disse à corte que seu cliente não pôde comparecer à audiência perante a ameaça contra sua vida, motivo pelo qual o tribunal especial a postergou até o dia 1º de janeiro.
O governo do Paquistão denunciou em meados de novembro o ex-presidente golpista Musharraf perante a Corte Suprema do país por traição, delito que se castiga com a pena de morte ou prisão perpétua, por impor o estado de emergência em 2007.
A Corte Suprema do Paquistão aceitou a denúncia formal do governo contra Musharraf e ordenou a criação de um tribunal especial que assumiu o caso.
O militar impôs em novembro de 2007 o estado de emergência no país, suspendeu a Constituição e o Parlamento, e ordenou a detenção de 60 juízes, fatos que segundo o Ministério do Interior significam traição de acordo com o artigo 6 da Carta Magna paquistanesa.
Musharraf chegou ao poder em 12 de outubro de 1999 após dar um golpe de Estado contra o então primeiro-ministro Nawaz Sharif, que ganhou as eleições no último mês de maio e é de novo chefe do Ggverno de Paquistão.
Após abandonar a chefia do Exército em 2007, o ex-general quis se transformar em presidente civil do país, mas seu regime caiu, fruto da pressão de alguns setores políticos, e principalmente do Judiciário.
Musharraf, o único dos quatro ditadores militares do Paquistão que foi acusado formalmente em um tribunal e detido, retornou ao país em março após um autoexílio de quatro anos para participar das eleições.