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Acusados por estupro na Índia recebem assistência jurídica

Advogados furaram bloqueio de profissionais que questionavam se os réus do processo têm direito à defesa


	Indianos protestam em 8 de janeiro contra casos de estupro em Nova Délhi: a reação pública ao incidente que culminou na morte de uma indiana alimentou discussões sobre o papel da polícia na defesa das mulheres
 (Diptendu Dutta/AFP)

Indianos protestam em 8 de janeiro contra casos de estupro em Nova Délhi: a reação pública ao incidente que culminou na morte de uma indiana alimentou discussões sobre o papel da polícia na defesa das mulheres (Diptendu Dutta/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 18h00.

Nova Délhi - Três dos cinco adultos acusados de participarem do estupro e assassinato de uma estudante indiana no mês passado encontraram finalmente advogados que os representem, depois de serem privados de defesa por causa da indignação da maioria dos advogados com esse caso de grande repercussão.

O caso da aluna de fisioterapia de 23 anos, que morreu duas semanas depois de ser atacada dentro de um ônibus em movimento e em seguida atirada na rua, causou protestos na Índia, abrindo um debate sobre a suposta incapacidade da polícia em coibir a violência contra as mulheres.

Cinco homens e um adolescente foram acusados pelo crime, ocorrido em 16 de dezembro. Por causa da forte reação da opinião pública, porém, os advogados credenciados no tribunal que julga o caso se recusavam a representá-los.

Dois profissionais, no entanto, furaram esse bloqueio e anunciaram na segunda-feira que aceitariam defender os réus.

Na terça-feira, esses dois advogados, V. K. Anand e Manohar Lal Sharma, disseram que três dos cinco réus solicitaram a assistência deles.

"Entendo os sentimentos das pessoas, mas não dá para se levar por sentimentos", disse Anand à Reuters. "Os acusados têm direito à justiça, assim como a vítima." Juristas dizem que a falta de representação jurídica dos cinco réus poderia dar margem a um recurso caso eles sejam condenados. Várias condenações em casos semelhantes já acabaram sendo revertidas anos depois.


Os cinco adultos envolvidos enfrentam várias acusações, inclusive de homicídio, estupro e sequestro. Promotores disseram que vão pedir a pena de morte para eles.

Anand disse que vai representar Ram Singh, o motorista do ônibus onde o estupro ocorreu, e que já teve uma reunião preliminar com ele para preparar a defesa.

"Há muitos aspectos. Ele admitiu algumas coisas, mas também falou do papel dos outros", disse Anand, sem entrar em detalhes.

O outro advogado, Sharma, disse que vai representar Singh também, além de outros dois réus.

A Corte deverá confirmar os dois advogados como representantes dos réus quando voltar a se reunir, na quinta-feira.

Os dois outros acusados adultos ainda não solicitaram representação jurídica, segundo os advogados. O adolescente do grupo será julgado separadamente, em um juizado de menores.

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