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Acusados de envenenar ex-espião russo dizem que viajavam a turismo

Na quarta-feira, Putin pediu que os suspeitos se apresentassem, assegurando que eles haviam sido identificados e que eram civis

Acusados no caso Skripal disseram que estavam em Salisbury como turistas (Handout/Reuters)

Acusados no caso Skripal disseram que estavam em Salisbury como turistas (Handout/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de setembro de 2018 às 10h54.

Última atualização em 13 de setembro de 2018 às 11h42.

Os dois homens acusados ​​por Londres de serem agentes da Inteligência militar russa e envenenarem o ex-espião Serguei Skripal e sua filha na Inglaterra asseguraram, nesta quinta-feira (13), que são inocentes e que visitaram Salisbury como turistas.

Na quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu que os suspeitos se apresentassem, assegurando que eles haviam sido identificados e que eram civis.

Nesta quinta, Ruslan Bochirov e Alexander Petrov concederam uma entrevista para o canal de televisão pública russo RT.

Assemelhando-se às fotos dos dois suspeitos transmitidas pelo Reino Unido, os dois homens confirmaram seus sobrenomes e o fato de terem visitado, no dia do envenenamento de Serguei Skripal e sua filha, Salisbury, a cidade do sudoeste da Inglaterra onde vivia o ex-agente duplo.

"Somos aqueles que aparecem nas fotos: Ruslan Bochirov e Alexander Petrov", disseram eles, acrescentando que esses são seus nomes verdadeiros. Mas, para os dois homens, que pareciam desconfortáveis diante das câmeras de televisão, sua presença em Salisbury se tratou de mero passeio turístico.

"Nossos amigos sugeriam há tempos que visitássemos essa cidade fabulosa", explicaram nesta entrevista, acrescentando que queriam conhecer "a mundialmente famosa Catedral de Salisbury".

"Ela é conhecida por sua torre de 123 metros e seu relógio, o mais antigo do mundo ainda em funcionamento", asseguraram, acrescentando que não ficaram muito tempo em Salisbury em razão do mau tempo.

"Pequenos empresários"

Quando Margarita Simonian, editora-chefe da RT, perguntou se eles eram agentes da Inteligência militar russa (GRU), os dois homens respondem negativamente.

"Somos pequenos empreendedores", garantiu Petrov.

Não surpreendentemente, eles também negaram querer matar Serguei Skripal, afirmando que não sabiam quem ele era até o caso ser divulgado. Os dois homens também se defenderam de ter transportado novitchok, o agente neurológico apontado por Londres como o produto usado para envenenar o ex-espião.

"Na alfândega, eles olharam todos os nossos pertences. E qualquer policial teria feito perguntas sobre por que um homem teria um perfume feminino em sua bagagem", garantiu Ruslan Bochirov.

Londres acusa os dois homens de transportar o veneno em um frasco de perfume feminino.

De acordo com Margarita Simonyan, citada pela agência de notícias Ria Novosti após a exibição da entrevista, os dois homens se recusaram a responder "a todas as perguntas que pudessem dar informações sobre seus antecedentes, biografia, seus amigos".

"Eles se recusaram a mostrar seu passaporte diante das câmeras", acrescentou ela.

Os dois homens justificaram essa atitude, alegando viver um "pesadelo" desde que foram acusados ​​pelos britânicos e por temerem por sua segurança.

De acordo com Londres, o ataque foi cometido por dois "oficiais" da GRU, identificados pela polícia britânica como os cidadãos russos Alexander Petrov e Ruslan Boshirov (em sua transliteração em inglês), dois nomes que a polícia suspeita de serem falsos.

Ambos os homens são objeto de um mandado de prisão.

Desde o início, o Reino Unido acusa Moscou de estar por trás do ataque, que gerou uma grave crise diplomática entre o Kremlin e os ocidentais.

Os Skripal sobreviveram ao envenenamento, assim como um policial que prestou socorro aos dois.

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