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Acusado por roubo, homem falsifica carta com ameaça a Trump para incriminar e deportar testemunha

O remetente da correspondência foi identificado como Ramón Morales Reyes, de 54 anos, que atua como testemunha em um processo criminal contra Demetric D. Scott

Ameaças contra Trump: Scott é o responsável por redigir e enviar uma carta às autoridades estaduais e federais  (Departamento de Segurança Interna dos EUA/Divulgação)

Ameaças contra Trump: Scott é o responsável por redigir e enviar uma carta às autoridades estaduais e federais (Departamento de Segurança Interna dos EUA/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 3 de junho de 2025 às 15h12.

Um homem de Wisconsin, nos Estados Unidos, foi acusado na segunda-feira de tentar fazer com que uma testemunha contra ele fosse incriminada e deportada, usando uma carta falsa com ameaças de morte ao presidente Donald Trump.

Segundo a agência Associated Press (AP), Demetric D. Scott foi acusado de intimidação de testemunhas criminosas, roubo de identidade e duas violações de fiança, após admitir a trama.

O remetente da correspondência foi identificado como Ramón Morales Reyes, de 54 anos, que atua como testemunha em um processo criminal contra Scott. O americano, ainda de acordo com a AP, aguarda julgamento na cadeia do Condado de Milwaukee, onde responde por acusações de roubo à mão armada e agressão física qualificada. A audiência está marcada para julho.

Segundo denúncia apresentada por promotores, Scott é o responsável por redigir e enviar uma carta às autoridades estaduais e federais contendo ameaças de morte contra Trump. As investigações revelaram ainda que Scott teria orquestrado o plano de dentro da prisão. Segundo a AP, ele foi flagrado em ligações telefônicas discutindo o envio das cartas e articulando para que alguém fosse preso pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), com o intuito de inviabilizar o testemunho contra ele no julgamento.

O caso ganhou repercussão quando, em 21 de maio, Reyes foi detido por agentes de imigração logo após deixar seu filho na escola, em Milwaukee. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou a prisão publicamente, afirmando que o homem havia ameaçado matar Trump e que pretendia “autodeportar-se” para o México. A declaração foi divulgada também nas redes sociais da Casa Branca, acompanhada de uma imagem da carta e uma fotografia do acusado.

No entanto, as alegações começaram a desandar quando os investigadores ouviram Morales Reyes, que não fala inglês fluente, e constataram que a caligrafia das cartas não coincidia com a dele. Uma amostra coletada pela polícia confirmou a diferença, de acordo com a AP.

Reyes, lavador de pratos em Milwaukee, vive com a esposa e os três filhos, todos cidadãos americanos. Ele havia recentemente solicitado um visto, benefício concedido a imigrantes em situação irregular que colaboram com investigações ou são vítimas de crimes graves nos EUA.

O advogado Kime Abduli, responsável pela solicitação do visto, declarou ao Milwaukee Journal Sentinel que está satisfeito com a comprovação da inocência de seu cliente. Já o advogado de Reyes no processo de deportação, Cain Oulahan, destacou em e-mail anviado à AP: “Embora ele tenha um visto U pendente, infelizmente eles estão acumulados há anos, então estaremos buscando outras opções para mantê-lo aqui com sua família”.

Procurado pela AP, o advogado de Scott, Robert Hampton, ainda não se pronunciou sobre o caso.

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