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Acusado de organizar viagem que acabou em naufrágio é preso

Somali acusado de organizar a viagem à ilha de Lampedusa que terminou em um naufrágio, no qual 366 imigrantes morreram, foi detido pelas polícia


	Caixões de vítimas do naufrágio são vistos em Lampedusa, na Itália: promotores disseram que o somali e outros traficantes torturaram e estupraram tripulantes
 (REUTERS/Antonio Parrinello)

Caixões de vítimas do naufrágio são vistos em Lampedusa, na Itália: promotores disseram que o somali e outros traficantes torturaram e estupraram tripulantes (REUTERS/Antonio Parrinello)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 12h32.

Roma - Um somali de 24 anos, acusado de organizar a viagem à ilha de Lampedusa que terminou em um naufrágio de grande proporções, no qual 366 imigrantes morreram, foi detido pelas polícia italiana, informou a corporação nesta sexta.

De acordo com a fonte, o detido, que teve sua identidade preservada, está sendo acusado de extorsão, associação ao crime para favorecer a imigração ilegal, tráfico de pessoas e violência sexual.

Os promotores que trabalham no caso explicaram que os sobreviventes do naufrágio denunciaram que, mesmo antes de embarcarem, o cidadão somali e outros traficantes torturaram e estupraram parte dos tripulantes.

O jornal "Corriere della Sera" indica que a investigação começou depois que os sobreviventes do naufrágio encontraram o somali no centro de amparo de Lampedusa, já que o mesmo teria chegado à costa italiana em outro navio.

Na ocasião, as forças de segurança tiveram que acalmar os sobreviventes para que eles não agredissem o somali.

Os sobreviventes declararam que a rede de tráfico de pessoas para a qual o detido trabalhava lhes interceptaram perto de Cheeba, ao sul da Líbia, e os levaram em um veículo sob ameaças.

Posteriormente, o grupo do acusado transferiu os cidadãos para um acampamento no deserto e chamaram os familiares de cada um deles para cobrarem entre U$S 3 mil e US$ 3,5 mil, um valor que não incluía o preço da viagem em direção às costas italianas (entre US$ 1 mil e US$ 1,5 mil).

Os imigrantes contaram que, no período que estiveram em mãos desta rede, foram torturados e maltratados durante dias, inclusive com descargas elétricas. Segundo a declaração de alguns dos sobreviventes eritreus, eles permaneceram um mês nesse acampamento.

As mulheres sobreviventes relataram que, durante esse tempo, foram violadas repetidamente por vários homens, incluindo o somali detido hoje. De acordo com os relatos, as mulheres também eram oferecidas "a grupos de paramilitares que passavam pela zona".

Após o naufrágio do pesqueiro em que viajavam 500 imigrantes, dos quais apenas 155 sobreviveram, as autoridades italianas já tinham detido um tunisiano que viajava na embarcação sob a suspeita de o mesmo estar envolvida nessa rede de tráfico.

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