Dmitry Peskov: o porta-voz do Kremlin lembrou que "estas absurdas notícias" já foram desmentidas por várias fontes, entre elas o Wikileaks (Maxim Shemetov/REUTERS)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2016 às 10h14.
Moscou - O Kremlin tachou nesta terça-feira de "absurdas" as acusações de que a Rússia tenha pirateado milhares de e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) para favorecer o candidato republicano, Donald Trump.
"Seguimos vendo tentativas de utilizar obsessivamente o tema russo durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, aos meios de comunicação locais.
Peskov lembrou que "estas absurdas notícias" já foram desmentidas por várias fontes, entre elas o Wikileaks, cujo fundador, Julian Assange, disse que não há provas que reforcem as acusações contra a Rússia.
Peskov também negou categoricamente que o assessor de Trump para política internacional, Paige Carter, tenha se reunido recentemente com o chefe da Administração do Kremlin, Sergei Ivanov.
"Infelizmente, continua a tradicional diversão. Isto não é muito bom para as relações bilaterais", disse.
No domingo, Robby Mook, chefe de campanha da candidata democrata, Hillary Clinton, garantiu que tinha recebido informação sobre que "atores estatais russos irromperam no DNC, levaram todos esses e-mails" e os filtraram através do Wikileaks.
Mook manifestou que o objetivo dos hackers russos era ajudar Trump, que negou qualquer envolvimento de seu partido e responsabilizou diretamente Hillary pelo escândalo.
Enquanto isso, a Casa Branca evitou hoje atribuir responsabilidades pelo pirateio de quase 20 mil e-mails, escândalo que levou o FBI a abrir uma investigação.
O Wikileaks garantiu na sexta-feira ter em seu poder 19.252 e-mails do DNC, em vários dos quais altos funcionários do partido falam de estratégias para vencer Bernie Sanders, senador independente por Vermont que enfrentou Hillary nas primárias pela candidatura presidencial democrata.
Nos últimos dias, Hillary voltou a atacar Trump, por seu apoio a figuras como o presidente russo, Vladimir Putin, com o qual o candidato republicano trocou elogios nos últimos meses.