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Ucraniana cria retrato de Putin com 5 mil cartuchos de bala

A artista admitiu que no início ficou com um pouco de medo de dormir no mesmo quarto em que estava o retrato, mas que depois se acostumou


	O presidente russo, Vladimir Putin: "Quando vemos que ele muda a expressão, isso revela certas coisas. Na minha opinião, esta guerra é diferente das outras porque é baseada em mentiras", explica a artista
 (Anatoly Maltsev/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin: "Quando vemos que ele muda a expressão, isso revela certas coisas. Na minha opinião, esta guerra é diferente das outras porque é baseada em mentiras", explica a artista (Anatoly Maltsev/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2015 às 10h56.

Uma artista ucraniana criou um retrato do presidente russo, Vladimir Putin, com 5.000 cartuchos de bala recuperados no leste da Ucrânia, onde um sangrento conflito opõe separatistas pró-Rússia e as forças armadas de Kiev.

Com um terno preto e uma gravata elegante, Vladimir olha fixamente o espectador. A peça de dois metros de altura domina o ateliê de Daria Martchenko, de 33 anos, a autora do retrato batizado de "O rosto da guerra".

A artista admitiu que no início ficou com um pouco de medo de dormir no mesmo quarto em que estava o retrato, mas que depois se acostumou.

Martchenko também destaca que a obra é meio mutável, dependendo da iluminação.

"Quando vemos que ele muda a expressão, isso revela certas coisas. Na minha opinião, esta guerra é diferente das outras porque é baseada em mentiras", explica.

Cada um dos 5.000 cartuchos que formam o retrato foram recuperados no leste da Ucrânia. Muitos foram recolhidos por seu namorado, muito envolvido no movimento popular que levou à destituição do presidente pró-russo Viktor Yanukovich em fevereiro de 2014.

Outros amigos, que combatem os pró-russos, arranjaram outras balas, disparadas tanto por um lado quanto pelo outro.

Em 15 meses, o conflito deixou mais de 6.800 mortos, principalmente em Kiev, e os ocidentais acusam a Rússia de apoiar econômica e militarmente os rebeldes, o que Moscou desmente.

"Infelizmente, a guera me dá muito material para trabalhar", assinala Martchenko.

A artista acha que Putin já deve ter conhecimento de seu trabalho.

"Talvez eu seja um pouco ingênua, mas espero que ele se questione como quer ser recordado na história", conclui.

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