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Acordo sobre Brexit nesta semana é possível, diz negociador da UE

Principal barreira para formar acordo trata da fronteira para produtos entre a Irlanda, país da UE, e a britânica Irlanda do Norte

Manifestações: Johnson tem como limite o dia 19 de outubro para conseguir um acordo, segundo a lei aprovada pelo Parlamento (Hannah McKay/Reuters)

Manifestações: Johnson tem como limite o dia 19 de outubro para conseguir um acordo, segundo a lei aprovada pelo Parlamento (Hannah McKay/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de outubro de 2019 às 10h03.

Última atualização em 15 de outubro de 2019 às 16h05.

União Europeia (UE) e Reino Unido afirmaram nesta terça-feira que é possível alcançar um acordo sobre o Brexit esta semana que afaste o temido divórcio sem acordo no dia 31 de outubro, mas ainda restam pontos que precisam ser concluídos.

As conversas não pararam durante o fim de semana e na segunda-feira. E, embora pareça cada vez mais difícil, é possível alcançar um acordo esta semana", disse o negociador da UE, Michel Barnier, ao chegar a Luxemburgo, onde informará aos ministros das Relações Exteriores sobre a situação.

O ministro britânico para o Brexit, Steve Barclay, que não estava convidado para a reunião de chanceleres, também considerou "ainda muito possível" alcançar um acordo e destacou que as "discussões seguem em curso".

Barnier deve se encontrar em Luxemburgo com Barclay, sua contraparte nas negociações, para tentar avançar as conversações antes da reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo da UE na quinta-feira e sexta-feira, considerada fundamental a apenas duas semanas da data prevista para o Brexit, 31 de outubro.

O primeiro-ministro Boris Johnson tem como "prioridade" retirar o país do bloco europeu nesta data, três anos depois do referendo em que os britânicos votaram a favor da saída da UE, confirmou a rainha Elizabeth II na segunda-feira, ao apresentar o programa de governo.

Johnson herdou de sua antecessora Theresa May, que não conseguiu a aprovação do Parlamento britânico para o acordo que negociou em novembro com os 27 sócios europeus, a principal barreira: como evitar uma fronteira para produtos entre a Irlanda, país da UE, e a britânica Irlanda do Norte.

Os dois pontos de divergência são a maneira de evitar a aplicação de controles alfandegários e o direito de controle concedido às autoridades da Irlanda do Norte sobre o acordo de divórcio, que deve proteger o mercado único europeu e os acordos paz da Sexta-Feira Santa de 1998.

"Os britânicos querem um acordo e se movimentaram sobre a questão das alfândegas e sobre o direito controle concedido às autoridades locais da Irlanda do Norte. Temos que ver se é suficiente para ser convertido em um texto legal", explicou à AFP uma fonte diplomática.

Muitos preferem a prudência a respeito do Brexit. O chanceler holandês, Stef Blok, disse que o "Reino Unido tomou algumas medidas, mas não as suficientes para garantir a integridade do mercado comum" e advertiu contra uma "concorrência desleal" através da fronteira irlandesa.

Na sexta-feira, as partes decidiram intensificar as negociações para tentar alcançar um acordo esta semana, um texto que possa ser ratificado tanto por Westminster como pela Eurocâmara antes de 31 de outubro, um prazo considerado difícil por fontes diplomáticas.

Johnson tem como limite o dia 19 de outubro para conseguir um acordo, segundo a lei aprovada pelo Parlamento britânico que o obrigaria a solicitar então um novo adiamento do Brexit, o terceiro desde março de 2019 e algo que ele hesita em fazer.

O primeiro-ministro finlandês, Antti Rinne, cujo país exerce a presidência semestral da UE, destacou que as negociações podem continuar após a reunião europeia desta semana. "Precisamos de mais tempo e negociar depois da reunião", disse.

Fontes diplomáticas confirmam a possibilidade de celebrar uma reunião europeia extraordinária antes de 31 de outubro.

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