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'Acordo de Paris não seria possível hoje', diz 'pai' do tratado

Laurent Fabius, presidente da COP21, defende que é preciso manter a esperança, apesar das dificuldades

Laurent Fabius, diplomata que presidiu a COP21, onde o Acordo de Paris foi firmado, em entrevista na COP30 (Leandro Fonseca /Exame)

Laurent Fabius, diplomata que presidiu a COP21, onde o Acordo de Paris foi firmado, em entrevista na COP30 (Leandro Fonseca /Exame)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 15h49.

Belém - Se o Acordo de Paris tivesse de ser negociado novamente hoje, não seria possível chegar a um acordo, avalia Laurent Fabius, considerado o 'pai' do principal tratado global para conter as mudanças climáticas.

"O sucesso de Paris não se deveu apenas ao brilho da diplomacia francesa — estou brincando —, mas ao conjunto da ciência, da sociedade e dos Estados, e ao fato de que era possível juntar o senhor [Barack] Obama, o senhor [Xi] Jinping e [Narendra] Modi e outros líderes. Com os líderes atuais, isso é possível? Infelizmente, não", disse, em entrevista coletiva, após ser perguntado pela EXAME.

Fabius presidiu a COP21, encontro onde o Acordo de Paris foi firmado. Hoje ele preside o Círculo de Presidentes de COPs.

"Não quero dizer que os Estados são os únicos atores, mas se eles não aceitam as regras comuns, é muito difícil", afirmou.

Na tarde desta sexta, a Cúpula de Líderes da COP30 terá uma sessão temática, sobre os dez anos do Acordo de Paris. Assinado em 2015, o tratado prevê que os países tomem medidas para conter o aquecimento global.

Os Estados Unidos assinaram o documento na época, mas depois saíram do acordo, por ordem do presidente Donald Trump. Brasil, China e os países europeus seguem como membros e debatem, na COP30, como avançar para atingir as medidas previstas no acordo.

Lucidez e esperança

O diplomata, no entanto, disse que não devemos desistir, apesar das dificuldades.

Devemos desistir e dizer 'é muito difícil, esqueça?'. Não. Temos de ser ativos. A dificuldade é combinar lucidez e esperança, e devemos ir em direção ao multilateralismo", disse Fabien.

Para ele, um dos principais desafios atuais é que a maioria dos problemas envolve três dimensões: são internacionais, interdisciplinares e intergeracionais. "Para resolver as questões, é preciso ter apoio internacional", afirmou.

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