Izabella Teixeira: a análise foi feita hoje (3), no Rio de Janeiro, após a CNI apresentar pesquisa mostrando que os executivos estão preocupados com o impacto das mudanças climáticas nos negócios (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2015 às 16h49.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, aposta no acordo do clima de Paris para ampliar os investimentos na economia de baixo carbono.
A análise foi feita hoje (3), no Rio de Janeiro, após a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentar pesquisa mostrando que os executivos estão preocupados com o impacto das mudanças climáticas nos negócios, mas esperam que o governo aumente incentivos para adoção de práticas sustentáveis.
Izabella Teixeira se referia à 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, a COP-21, marcada para dezembro em Paris.
Durante o evento, os países envolvidos tentarão chegar a um acordo para enfrentar a crise climática, que vem provocando desastres ambientais no mundo.
O novo documento substituirá o já superado Protocolo de Kyoto e tentará mecanismos para conter o aquecimento global.
A ministra também comentou sobre a carta que a CNI enviou ao governo, pedindo que, em Paris, sejam pactuadas responsabilidades diferenciadas entre os países, considerando “a tecnologia e recursos” de cada estado, o planejamento energético e a política econômica, pensando em não afetar a “expansão da produção e do consumo”.
Segunda a ministra, a carta sinaliza a intenção da indústria em encontrar soluções para o baixo uso de carbono.
De acordo com Izabella Teixeira, o governo está analisando e cobrando engajamento de pequenas e médias empresas, com menores percentuais de ação na área ambiental, segundo a pesquisa da CNI divulgada em evento sobre sustentabilidade.
O levantamento revelou que os empresários veem como vantagem competitiva a adoção de práticas ambientalmente sustentáveis, apesar de reconhecerem o aumento de custos como um impedimento.
Para 59% dos 100 entrevistados, a oportunidade de negócios é maior que o aumento de custos com retorno em “reputação/imagem” emelhora de inserção no mercado.
Nos últimos dois anos, a CNI mostrou que 61% das médias e grandes empresas brasileiras ampliaram investimentos na área ambiental, motivadas por maior conscientização em relação aos efeitos das mudanças do clima, por pressão global e por terem mais informações.
No evento onde a pesquisa foi apresentada, o cientista do clima Anders Leverman, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2007, alertou para mudanças que afetam o planeta, como o derretimento de calotas polares, o aumento de ciclones, de nevascas e o desaparecimento de espécies.
Segundo ele, o mundo está mudando e isso impacta a forma que vivemos com mais frequência e intensidade. Acrescentou que isso mudará o ambiente politico e o modo de fazer negócios.