Hollande: só 23 países, que representam 1,08% das emissões, já o ratificaram (Benoit Tessier / Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2016 às 10h36.
Paris - O acordo internacional do clima acertado em Paris no ano passado ainda está longe de ser implementado, disse o presidente da França, François Hollande, nesta terça-feira, exortando os países a fazerem com que o pacto seja ratificado até o final deste ano.
O acordo obriga os países a adotarem medidas concretas para conter as emissões de gases que contribuem para a mudança climática, e entrará em vigor assim que pelo menos 55 nações responsáveis por no mínimo 55 por cento das emissões globais o ratificarem.
Só 23 países, que representam 1,08 por cento das emissões, já o fizeram.
"A urgência imediata é para garantir que (o acordo climático) seja posto em prática até o final do ano. Isto está longe de ser obtido. Peço a vocês que dobrem os esforços para pressionarem os países em que moram a ratificarem o acordo antes de Marrakesh", disse Hollande, referindo-se à próxima rodada das conversas climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro.
As temperaturas globais atingiram altas recordes pelo 15o mês seguido em julho, relatou a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês). Julho também foi o mês mais quente desde que os registros globais tiveram início em 1880, segundo a NOAA.
O novo representante climático da ONU, Erik Solheim, disse ser bom que a França esteja estimulando as pessoas a assinarem o acordo. Em uma coletiva de imprensa em Genebra, porém, ele afirmou estar mais otimista com o índice de ratificações.
"Os EUA e a China disseram que o farão este ano, e visitei Brasília algumas semanas atrás e os brasileiros deixaram absolutamente claro que irão, mesmo em meio a esta crise enorme, enorme no país, irão assinar o acordo de Paris em setembro".
"Então até o final do ano vocês verão um padrão completamente diferente no que diz respeito a assinar o acordo de Paris".
Muitos esperam que Washington e Pequim, cujas promessas criaram o ímpeto para um comprometimento mundial raro na capital francesa, se juntem ao pacto antes da cúpula do G20 na China neste final de semana.