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Acidente não foi em trecho de alta velocidade, diz Renfe

As autoridades brasileiras estudam as explicações da empresa Renfe sobre o acidente do trem em Santiago de Compostela


	O presidente da Renfe antecipou que "muito previsivelmente" nos próximos dias ocorrerão visitas para explicar às autoridades dos diferentes países "os termos do que sucedeu e insistir que é um acidente que aconteceu em uma via convencional"
 (Aeromedia.es/Reuters)

O presidente da Renfe antecipou que "muito previsivelmente" nos próximos dias ocorrerão visitas para explicar às autoridades dos diferentes países "os termos do que sucedeu e insistir que é um acidente que aconteceu em uma via convencional" (Aeromedia.es/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 18h05.

Madri - A companhia ferroviária espanhola Renfe iniciou uma campanha informativa em diversos países, especialmente no Brasil, para deixar claro que não foi um trem de alta velocidade o que descarrilou há uma semana em Santiago de Compostela.

Em entrevista à Agência Efe, o presidente da Renfe, Julio Gómez-Pomar, declarou nesta quarta-feira que foram empreendidas ações por meio das embaixadas e dos serviços comerciais do país para explicar fora da Espanha que o acidente de Santiago de Compostela, no qual morreram 79 pessoas e mais de 150 ficaram feridas, não aconteceu em um trecho de alta velocidade.

Com esse mesmo propósito explicou que foi realizada uma reunião de coordenação entre as empresas espanholas presentes no consórcio que vai apresentar uma oferta para construir o trem-bala no Brasil, presidida pela ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor.

"Evidentemente nos preocupa explicar fora da Espanha que isto não é um acidente de alta velocidade e nos preocupa principalmente no Brasil e em outros países onde a Espanha e as empresas espanholas têm interesses ferroviários", disse a ministra.

O presidente da Renfe antecipou que "muito previsivelmente" nos próximos dias ocorrerão visitas para explicar às autoridades dos diferentes países "os termos do que sucedeu e insistir que é um acidente que aconteceu em uma via convencional".

Entre as medidas empreendidas, ressaltou que já foi realizada uma ação através das embaixadas espanholas e dos serviços comerciais no exterior com cartas da Renfe, do operador ferroviário espanhol Adif e das demais empresas que estão no consórcio para dar conta da situação.


Lembrou que o trem que descarrilou funciona com tração elétrica e diesel e a linha conta com lances eletrificados com tensões que não são as utilizadas em alta velocidade.

"Definitivamente, não estamos falando de uma linha de alta velocidade até que, esperemos que em 2018, toda a conexão entre Madri e Galícia possa acontecer por esse tipo de via", explicou.

As autoridades brasileiras estudam as explicações da empresa Renfe sobre o acidente do trem em Santiago de Compostela para decidir se autoriza a participação do consórcio espanhol no leilão da primeira linha de alta velocidade do país.

O presidente da estatal Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou em declarações a jornalistas que, se estiverem corretas as explicações da Renfe, o acidente "não inviabilizaria" a participação espanhola na licitação do trem-bala que unirá Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo a folha de condições, não pode participar da licitação nenhum operador que tenha sofrido acidentes mortais em um período de cinco anos em uma linha de alta velocidade, onde a velocidade permitida é superior a 250 km/h.

O projeto do trem de alta velocidade Rio-São Paulo-Campinas, o primeiro da América Latina, terá uma extensão de 511 quilômetros e calcula-se que exigirá investimentos de cerca de US$ 17,177 bilhões.

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