Mundo

Acidente na Itália mata embaixador do Brasil no Líbano

Paulo Cordeiro de Andrade Pinto foi subsecretário-geral do Itamaraty responsável por África, Oriente Médio e Comunidade de Países de Língua Portuguesa

Paulo Cordeiro de Andrade Pinto (José Cruz/Agência Brasil)

Paulo Cordeiro de Andrade Pinto (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de maio de 2019 às 06h44.

O embaixador do Brasil no Líbano, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, e sua mulher, Vera Lúcia Ribeiro Estrela de Andrade Pinto, morreram ontem em um acidente na Itália. Segundo jornais italianos, o acidente foi na via SS96, entre Grumo e Altamura, na região da Puglia, sul do país. O táxi havia saído do aeroporto de Bari e seguia para Matera.

Segundo a polícia, o motorista do táxi teria tentado ultrapassar um ônibus e bateu de frente em um caminhão. O taxista, Marcello de Filippis, de 49 anos, também morreu.

Cordeiro teve destaque em várias representações brasileiras. Seu primeiro cargo como embaixador foi em Porto Príncipe, no Haiti, durante o governo Lula, quando o Brasil liderava a missão de paz da ONU, a Minustah. Ele participou das negociações que levaram à primeira eleição presidencial haitiana, em 2006, pouco depois do envio de tropas brasileiras.

Ele e sua mulher, baianos, gostavam da boa comida brasileira e abriram as portas da embaixada para as muitas autoridades que visitavam o Haiti, como o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os generais que comandaram a operação. Um deles foi o atual chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno - que serviu com Cordeiro no Haiti.

O embaixador tinha 65 anos. Ele nasceu em Salvador, era formado em história e entrou no Instituto Rio Branco em 1978. Ocupou postos em várias missões relevantes. Serviu na Delegação Permanente, em Genebra, na missão do Brasil na ONU, em Nova York, e nas embaixadas no México e Canadá.

De 2011 a 2015, foi subsecretário-geral do Itamaraty responsável por África, Oriente Médio e Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). No período, teve forte atuação nas relações com os países árabes e papel importante na mediação do conflito entre forças do presidente sírio, Bashar Assad, e os opositores, que depois se transformaria na guerra civil síria.

A imagem que os dois deixam é de um casal animado e com grande acesso a ministros e políticos ligados a diferentes governos. Em nota, o Palácio do Itamaraty lamentou a morte e expressou a parentes e amigos "sua solidariedade e sentidas condolências".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-transitoItáliaLíbano

Mais de Mundo

Zelensky critica tentativas de China e Brasil de impor novo plano de paz

Consumidores dos EUA começam a procurar porções menores nos restaurantes, diz relatório do setor

Exército de Israel diz que tropas devem ficar prontas para uma possível entrada no Líbano

"Aumento do nível do mar modificará economia, política e segurança", alerta chefe da ONU