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Acidente reaviva críticas ao governo em plena campanha

Acidente de trem reavivou a polêmica sobre a situação do transporte na Argentina e as críticas contra o governo de Cristina Kirchner


	Cristina Kirchner: após a tragédia de Once em fevereiro de 2012, o seu governo nacionalizou a gestão deste meio de transporte
 (REUTERS/Eduardo Munoz)

Cristina Kirchner: após a tragédia de Once em fevereiro de 2012, o seu governo nacionalizou a gestão deste meio de transporte (REUTERS/Eduardo Munoz)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2013 às 16h31.

Buenos Aires.- Um novo acidente de trem neste sábado, que deixou pelo menos 80 feridos em uma das mais movimentadas estações de Buenos Aires, reavivou a polêmica sobre a situação do transporte na Argentina e as críticas contra o governo de Cristina Kirchner, em plena reta final da campanha eleitoral.

Dos feridos, a maioria com traumatismo e cortes, dez estão internados em observação, entre eles uma criança de oito anos, mas nenhum apresenta risco de morte, afirmou o chefe do departamento de Urgências do hospital Ramos Mejía, Alejandro Muñoz.

O acidente ocorreu no começo da manhã, quando uma composição da ferrovia Sarmiento, vinda dos arredores da capital, se chocou contra o parachoques de uma plataforma da estação Once de Setiembre e avançou vários metros sobre ele, causando pânico entre a multidão.

Na mesma linha e na mesma plataforma de estação, outro acidente provocou 51 mortos e mais de 700 feridos em fevereiro de 2012, em uma das maiores tragédias ferroviárias da história argentina.

'Vi que o trem chegava, que não freava e então escutei uma explosão muito forte e muitos gritos', relatou uma das testemunhas do acidente, que não acreditava que estivesse acontecendo 'outra catástrofe'.

'Tive a sorte de viajar no terceiro vagão, só senti a pancada, mas foi um desastre', afirmou, que disse sentir 'uma sensação muito amarga, de impotência, não é mais possível viajar assim'.

As autoridades já investigam as causas do acidente e tentam recuperar o conteúdo das câmeras de segurança instaladas no interior da cabine do motorista em busca de provas.

Fontes ligadas à investigação disseram à agência oficial Télam que o maquinista 'roubou e tentou destruir' o disco rígido que contém a gravação da câmera antes de ser levado ao hospital onde é atendido por politraumatismos.

O maquinista, que foi agredido e insultado por várias testemunhas e passageiros logo depois do acidente, permanece detido no hospital por ordem judicial .

A linha Sarmiento afirmou em comunicado que a formação não registrou nenhum falha antes do acidente.

A apenas oito dias das eleições legislativas, a oposição argentina exigiu hoje a renúncia do ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, e voltou a denunciar o estado deficitário do serviço ferroviário.

'Randazzo e (o ministro argentino de Planejamento Federal, Julio) De Vido devem renunciar. Demonstraram ser no mínimo ineficazes para melhorar o sistema e irresponsáveis no manejo dos subsídios', disse no Twitter a candidata a deputada Margarita Stolbizer.

A cabeça de lista da Frente Progressista na província de Buenos Aires afirmou no Twitter que este acidente 'é a consequência da falta de investimentos, dos negociados, das tramas macabras de corrupção dos homens do governo'.

'Estupor e indignação. Até quando?', questionou na mesma rede social o também candidato de oposição Francisco de Narváez.

O candidato a deputado da coalizão UNEM Fernando Solanas ressaltou que 'a nacionalização e a melhora dos trens é outra mentira do kirchnerismo' e acusou Randazzo de ter se limitado 'a maquiar trens com pintura nova e plasma' em vez de realizar uma melhora profunda do serviço.

Após a tragédia de Once em fevereiro de 2012, o governo liderado por Cristina Kirchner nacionalizou a gestão deste meio de transporte, usado diariamente por 2,7 milhões de pessoas para se deslocar entre Buenos Aires e a região metropolitana.

Além disso, o Executivo argentino prometeu uma revolução ferroviária, que hoje voltou a ser questionada.

A linha Sarmiento sofreu três acidentes graves em pouco mais de 20 meses, que custaram no total a vida a 54 pessoas e deixaram 973 feridos. EFE

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