O aumento exigido do índice de produtividade das usinas deve elevar o preço-teto estabelecido para contratação de energia nova de eólicas no leilão de reserva
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2013 às 17h15.
São Paulo - Cerca de 3 gigawatts (GW) de novos projetos de energia eólica teriam condições de se habilitar para o leilão de reserva anunciado nesta sexta-feira, segundo estimativas iniciais da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
O leilão, marcado para 23 de agosto, traz novas exigências em relação às rodadas anteriores -- aumenta o índice de produtividade das usinas para 90 % (P90) da garantia física, e permite a participação apenas dos projetos que não dependam de construção de novas linhas de transmissão para escoar a energia ao sistema.
Os empreendedores do setor eólico já esperavam essas mudanças, que não alteram perspectivas em relação ao leilão, segundo disse a presidente-executiva da Abeeólica, Elbia Melo.
"A expectativa continua a mesma, não muda muita coisa. A exigência do P90 muda um pouco o projeto, mas temos muitos projetos para vender...Estamos aptos a ajudar o governo nesse momento em que ele está aumentado a segurança do sistema", disse Elbia, à Reuters, nesta sexta-feira.
O aumento exigido do índice de produtividade das usinas deve elevar o preço-teto estabelecido para contratação de energia nova de eólicas no leilão de reserva. Nos últimos leilões, o preço-teto ficou em 112 reais por megawatt-hora e a expectativa é de que haja uma alta de cerca de 15 % no preço para o leilão de agosto, segundo Elbia, mencionando o que tem sido falado no mercado. O preço-teto oficial ainda não foi divulgado.
A executiva acrescentou que a associação considera positivo o governo já ter marcado o leilão, que é específico para eólicas.
O leilão de energia de reserva venderá energia para ser entregue a partir de setembro de 2015. O prazo para a habilitação de projetos foi marcado para 27 de maio.