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ABEEólica prepara proposta para solucionar atraso na transmissão

O atraso de obras de transmissão afeta empreendimentos eólicos que venderam energia nos leilões de 2009 e 2010, segundo a entidade

Segundo a associação, o ano de 2011 foi o da efetiva inserção da fonte eólica, diante da forte contratação (Arquivo/EXAME)

Segundo a associação, o ano de 2011 foi o da efetiva inserção da fonte eólica, diante da forte contratação (Arquivo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 15h35.

São Paulo - Um estudo com propostas para resolver atrasos em obras de transmissão (ICGs) que atendem o segmento de energia eólica será entregue pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) ao governo ainda em janeiro, com o objetivo de dar celeridade à resolução desse tema.

"Formamos um grupo de trabalho e vamos apresentar uma proposta para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) de como solucionar (o atraso)", disse a presidente-executiva da ABEEólica, Élbia Melo, à Reuters.

"Até maio, tem que estar pronto", disse, sobre uma regulação para tratar do problema, acrescentando que a associação já está trabalhando junto com o regulador.

O atraso de obras de transmissão afeta empreendimentos eólicos que venderam energia nos leilões de 2009 e 2010, segundo Élbia. Os empreendimentos que venderam em 2009 já deveriam entrar em operação com entrega de energia elétrica para o mercado regulado em julho deste ano.

O grupo de trabalho é formado por um comitê de curtíssimo prazo e outro de médio e longo prazo, sendo que o primeiro está tratando do atraso das ICGs e das questões regulatórias relacionadas a este.

"Embora estejamos muito otimistas para 2012 temos muitos desafios associados a questão da logística - a logística do transporte interno de equipamentos e logística de transmissão, porque de fato iremos ter atrasos", disse.


ICGs são instalações de transmissão que são utilizadas pelas usinas eólicas de forma compartilhada.

Preços -  Para Élbia, o ano de 2011 foi o da efetiva inserção da fonte eólica, diante da forte contratação, disposição a investir por parte dos investidores e preços competitivos.

Entretanto, ela lembra que os preços praticados tendem a refletir o momento de mercado e não exatamente os custos.

"Em agosto, estávamos com uma diferença na taxa de câmbio muito grande, mas teve um fator forte, e esse não vai mudar, que é a redução do custo de capital", disse sobre o leilão ocorrido em agosto de 2011, quando os preços de energia eólica praticados ficaram abaixo dos 100 reais por megawatt-hora (MWh).

Já no leilão de dezembro de 2011, o preço médio praticado voltou ao patamar acima dos 100 reais, ficando em 102,18 reais por MWh. "Esse preço de dezembro está muito mais próximo dos custos de produção", disse Élbia.

Leilão A3 - No leilão A-3, marcado para 22 de março, Élbia estima que a fonte eólica voltará a responder por 80 por cento da capacidade instalada total contratada e será a fonte mais barata - já que não é esperada a participação de grandes hidrelétricas.

Além disso, o ano deve ser marcado por uma intensificação do movimento de fusões e aquisições no segmento.

"É um caminho natural. O grau de maturidade está muito associado à redução dos players, mas isso não significa redução da competição", disse.

Novos fabricantes - Fabricantes estrangeiros continuam interessados em instalar fábricas de equipamentos eólicos no Brasil, segundo a ABEEólica, em especial os chineses, que mantêm contato com a associação.

Élbia lembra que no mercado considera-se que haveria espaço para a abertura de mais duas ou três fábricas de aerogeradores para atender o mercado brasileiro.

Mas o diretor-executivo da ABEEólica, Pedro Perrelli, lembra que parte da produção realizada no país poderia ser exportada. Além disso, ainda poderia haver a criação de novas instalações dedicadas à prestação de serviços e manutenção dos equipamentos vendidos pelos próprias fabricantes de aerogeradores.

"Essas empresas vão ter uma base de fornecimento que vai gerar talvez ...uma base de atenção, de serviço, de manutenção, de assistência técnica. Essa infiltração vai acontecer progressivamente", afirmou Perreli.

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