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Abe promete estímulo econômico após vitória nas urnas

Partido Liberal Democrata (PLD), liderado por Abe, conquistou 291 das 475 cadeiras da Câmara Baixa, dissolvida em novembro pelo primeiro-ministro

Abe participa de uma entrevista coletiva na sede do PLD em Tóquio (Toru Yamanaka/AFP)

Abe participa de uma entrevista coletiva na sede do PLD em Tóquio (Toru Yamanaka/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 09h52.

Tóquio - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, cujo partido venceu as eleições legislativas de domingo, prometeu nesta segunda-feira um novo plano de estímulo econômico, em um cenário de desaceleração industrial.

"Vamos preparar medidas de apoio econômico antes do fim do ano", disse Abe, sem revelar detalhes", em uma entrevista coletiva.

O Partido Liberal Democrata (PLD), liderado por Abe, conquistou 291 das 475 cadeiras da Câmara Baixa, dissolvida em novembro pelo primeiro-ministro, que anunciou na ocasião o desejo de ouvir o povo, em eleições antecipadas, sobre sua política econômica conhecida como "abenomics".

A coalizão PLD/Novo Komeito (partido aliado de centro) controla 326 cadeiras, mais de dois terços dos deputados, o que permitirá aprovar leis, mesmo no caso de oposição do Senado.

"O forte apoio do eleitorado me estimula a prosseguir no caminho traçado. De todas as formas, não existe outra via possível", disse o primeiro-ministro.

Abe recordou que quando retornou ao poder, há dois anos, no Japão "reinava um ambiente sombrio e pesado, que não existe mais", segundo ele graças a sua política econômica.

As "abenomics" - medidas baseadas na flexibilidade orçamentária e monetária, assim como reformas estruturais - apresentaram em um primeiro momento resultados positivos, depois de vários anos de estagnação no país, mas o Japão voltou a cair em recessão no terceiro trimestre do ano.

Mas Abe se declarou disposto a "prosseguir com firmeza" em sua política e pediu o apoio das "forças vivas da nação".

Neste sentido, prometeu pedir aos empresários um gesto salarial para melhorar o poder aquisitivo das famílias, antes do aumento, previsto para abril de 2017, do imposto sobre o consumo.

A primeira alta deste imposto indireto, em abril, rompeu a recuperação esboçada pelo país e levou o Japão de volta à recessão. Assim, Abe decidiu adiar em 18 meses a segunda etapa do aumento, inicialmente prevista para outubro de 2015.

Esta decisão, como recordou o primeiro-ministro nesta segunda-feira, foi o que o levou a convocar eleições antecipadas para validar, por meio do voto popular, o caminho traçado.

Ele espera passar mais tarde a uma segunda fase, que garanta "com certeza o fim da deflação" - o grande mal da economia japonesa - e a entrada em um círculo virtuoso de aumentos salariais, de consumo, dos investimentos e da produção.

De fato, Abe apresentou as eleições antecipadas como um referendo sobre temas econômicos, uma área na qual a oposição não conseguiu apresentar contrapropostas.

Índice medíocre

A divulgação nesta segunda-feira do índice Tankan de confiança das grandes indústrias, que caiu um ponto, a +12, revela uma certa prudência do setor e a dimensão da tarefa que aguarda Abe.

O índice, elaborado pelo Banco do Japão (BoJ), que revela a "percepção a curto prazo", sugere que a economia japonesa "se estabilizou no quarto trimestre, mas que não se espera uma recuperação rápida", afirmou Marcel Thieliant, analista da Capital Economics.

"Shinzo Abe não tem alternativa a não ser mostrar resultados à altura de suas promessas. Se não o fizer, seu capital político ficará consideravelmente reduzido", alerta Hideo Kumano, economista chefe do instituto de pesquisas Dai-Ichi Life.

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