Mundo

Abdicação de Juan Carlos repercute na imprensa internacional

Imprensa mundial destacou a figura do monarca espanhol e seu papel na transição da ditadura para a democracia


	Juan Carlos cumprimenta o primeiro-ministro Mariano Rajoy após abdicar ao trono espanhol
 (Casa Real Espanhola/Divulgação via Reuters)

Juan Carlos cumprimenta o primeiro-ministro Mariano Rajoy após abdicar ao trono espanhol (Casa Real Espanhola/Divulgação via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 08h54.

A abdicação do Rei Juan Carlos teve ampla repercussão nesta segunda-feira nos meios de comunicação de todo o mundo, que coincidem em destacar sua figura histórica, seus problemas de saúde e os escândalos que rodearam à monarquia espanhola.

Os grandes veículos de imprensa de comunicação franceses, desde os jornais "Le Monde" ou "Le Figaro" às emissoras de rádio "France Info" ou "Europe 1" e as televisões públicas como "France 2" ou privadas como a "TF1" deram destaque à notícia e publicaram imagens e a biografia de Juan Carlos de Bourbon.

"O rei da democracia", define "France Info", que também ressalta a deterioração da imagem da Casa Real nos últimos anos devido a "problemas de saúde e escândalos financeiros".

O também francês "Le Figaro" publicou que "na Espanha, a história se acelera" e publicou uma foto do príncipe Felipe e de sua esposa com a manchete: "Felipe e Letizia, os salvadores da monarquia espanhola".

No Reino Unido, a rede "BBC" interrompeu sua programação para anunciar a abdicação de Juan Carlos I e destacou em seu site a declaração institucional do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, sobre o processo que agora se abre.

"The Guardian" informou que a decisão acontece após 39 anos de reinado e lembrou que "o monarca que supervisionou a transição de seu país da ditadura à democracia teve problemas de saúde nos últimos anos".

"O fim de uma era na Espanha", estampa por sua vez o diário alemão "Bild", o mais lido no país.

A agência de notícias italiana "Ansa" destacou em uma notícia urgente que Juan Carlos foi o "emblema do pós-franquismo e da Espanha democrática".

"No dia em que a rainha Elizabeth da Inglaterra completa seu sexagésimo segundo ano de reinado e Itália celebra a festa da República, a Espanha diz adeus a seu rei doente. Debilitado por problemas de saúde e escândalos, o rei Juan Carlos, de 76 anos, deixa o trono após 39 anos", escreveu por sua vez "Il Sole 24 Ore".

Os periódicos, televisões e rádios de Portugal interromperam sua programação e passaram a enfocar diretamente o processo que se abre agora na Chefia de Estado do país vizinho e contactaram para a análise com seus correspondentes em Madri.

Nos Estados Unidos, a notícia também dominou as manchetes. "A abdicação do rei, após quase quatro décadas no trono, acontece após problemas de saúde mas também em meio a uma queda em sua popularidade", publica o jornal americano "The New York Times".

A rede de televisão "CNN", por sua vez, exibe uma foto do rei vestindo uniforme militar com o titular ""Renuncio", diz o rei que desafiou os líderes golpistas na Espanha".

Tanto a TV estatal chinesa "CFTV" como a agência oficial "Xinhua" escolheram a manchete direta "Rei Juan Carlos da Espanha abdica" e destacam os quase 40 anos de reinado do monarca, assim como sua abdicação em favor do príncipe Felipe.

As redes "Al Jazeera", do Catar e a "Al Arabiya", dos Emirados Árabes Unidos deram destaque à informação em seus boletins de notícias, enquanto a agência oficial egípcia "Mena" definiu Juan Carlos I como "um dos reis mais prestigiados da Europa".

"A popularidade de Juan Carlos registrou um notável retrocesso nos últimos anos devido a vários problemas que sacudiram à família real, como ao caso Urdangarin", acrescenta "Mena".

As duas principais agências de notícias do Japão, "Kyodo" e "Jiji", deram hoje a notícia da abdicação de Juan Carlos I com urgência, e ressaltaram que se tratava de um anúncio surpreendente e repentino.

*Atualizada às 08h54 do dia 02/06/2014

Acompanhe tudo sobre:EspanhaEuropaPiigsPolítica

Mais de Mundo

Putin afirma que ataque massivo à Ucrânia foi resposta ao uso de armas ocidentais

Exército israelense denuncia violação das condições de cessar-fogo no sul do Líbano

Trump começa a conduzir políticas econômicas e externas antes de Biden deixar a Casa Branca

Novo ataque massivo russo deixa 1 milhão de pessoas sem energia no oeste da Ucrânia