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Abbas ressalta urgência de reconstruir Gaza

Mahmoud Abbas agradeceu ao Catar e a John Kerry pelo papel que tiveram no desenvolvimento das negociações indiretas entre israelenses e palestinos


	O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas: ele revelou que a ONU enviará ajuda humanitária de forma imediata para o território palestino
 (Abbas Momani/AFP)

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas: ele revelou que a ONU enviará ajuda humanitária de forma imediata para o território palestino (Abbas Momani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 16h42.

Ramala - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ressaltou nesta terça-feira a urgência em reconstruir Gaza, que sofreu um grau de destruição "além da imaginação".

Em entrevista coletiva concedida em Ramala, Abbas agradeceu ao Catar e ao secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, pelo papel que tiveram no desenvolvimento das negociações indiretas entre israelenses e palestinos para conseguir um cessar-fogo permanente.

Durante seu discurso, Abbas revelou que a ONU enviará ajuda humanitária de forma imediata para o território palestino, duramente castigado durante a ofensiva israelense.

Em uma atualização recente, o Ministério da Saúde na Faixa de Gaza garantiu que o número de mortos já chega a 2.120, a maioria deles civis e um quarto são crianças, enquanto o número de feridos ultrapassa os 11 mil.

Segundo um relatório divulgado hoje pela UNRWA, a agência da ONU encarregada dos refugiados palestinos, nos 50 dias da ofensiva israelense em Gaza, 475 mil palestinos foram obrigados a deixar suas casas e se transformaram em deslocados internos.

Deles, cerca de 280 mil se abrigaram em escolas-refúgio da ONU, enquanto o restante buscou asilo em edifícios públicos como colégios e hospitais ou foram amparados por parentes.

Os refugiados internos são resultado da destruição total ou parcial de 40 mil imóveis, da demolição de 9,6 mil estruturas e dos danos que sofreram outras 7,6 mil edificações, que precisarão de grandes reformas para que sejam novamente habitáveis, denunciou hoje a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Nos últimos dias, dois dos edifícios residenciais mais importantes da Cidade de Gaza ficaram reduzidos a escombros, um de 11 e outro de 13 andares, onde viviam cerca de mil pessoas e que também sediavam algumas lojas e escritórios de imprensa, inclusive o escritório do correspondente da Agência EFE.

No total, segundo a fonte, 141 escolas estatais e 136 da ONU foram danificadas pelos ataques israelenses, o que impediu que aproximadamente 500 mil crianças iniciassem ontem o período letivo.

Além disso, dez hospitais também sofreram danos, cinco dos quais foram fechados durante a operação, além de 44 postos de pronto-socorro e 16 ambulâncias.

Durante a operação israelense, várias organizações de defesa dos direitos humanos e relatórios de instituições palestinas alertaram sobre a situação de crise humanitária "catastrófica" na Faixa de Gaza.

A única usina de geração de energia em Gaza teve que interromper suas operações depois que foi atacada pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês), o que reduziu drasticamente o fornecimento de luz para população, que dispõe apenas de entre quatro e seis horas de eletricidade por dia.

Os cabos elétricos provenientes de Israel e do Egito também foram afetados pela operação, assim como o fornecimento de água e o sistema de saneamento básico, evitando que bairros inteiros tivessem acesso a esse bem de primeira necessidade e elevando o nível de poluição do Mar Mediterrâneo no litoral da Faixa de Gaza.

Semanas atrás, especialistas anunciaram que apesar de não existir um número concreto, o custo da reconstrução do território palestino poderá atingir a casa dos bilhões de dólares, enquanto o tempo necessário dependerá do fim ou não do bloqueio sobre a faixa litorânea.

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