Abbas reiterou sua vontade de retomar 'imediatamente' as negociações de paz com Israel quando o primeiro-ministro israelense suspender a colonização da região (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 10h38.
Paris - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse nesta sexta-feira que a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas sobre o reconhecimento do Estado palestino deveria levar em conta medidas jurídicas e legais, e não políticas.
Em encontro com a imprensa após ter se reunido com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em Paris, Abbas afirmou que não sabe quanto tempo o processo deve levar na ONU, mas registrou sua vontade de que prossiga em 'seu ritmo normal', no qual sua delegação não tem intenção de interferir.
O representante palestino insistiu que não vai retirar seu pedido do Conselho e afirmou que se encontra na fase de explicar a causa palestina a líderes de todo o mundo, para tentar esclarecer aqueles países 'que não a compreendem bem'.
Além disso, Abbas reiterou sua vontade de retomar 'imediatamente' as negociações de paz com Israel quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estiver de acordo com a suspensão da colonização e a criação de dois Estados com as fronteiras de 1967.
Entretanto, o líder palestino lamentou que Netanyahu 'parece determinado a continuar a colonização, demonstrando não levar em consideração a legalidade internacional e não desejar a paz'.
Abbas explicou que a reunião com o chefe do Estado francês teve o objetivo de 'coordenar posturas', e afirmou que estas reuniões frequentes entre os líderes mostram a vontade dos palestinos de que a França tenha 'um papel essencial e cada vez mais importante' no processo de paz.
O presidente da ANP classificou de 'positivo' o recente acordo para a libertação do soldado israelense Gilad Shalit e saudou os esforços da França para que o franco-palestino Salah Hamouri também seja libertado.
Abbas acrescentou que não vê nada de errado na solicitação palestina de ingressar como membro de pleno direito na Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco). O líder pediu aos palestinos que tenham calma mediante os diálogos e negociações.