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Abbas diz que Palestina não irá mais cumprir Acordo de Oslo

"Israel deve assumir todas suas responsabilidades como poder ocupante, porque o status quo não pode continuar", disse Abbas


	Presidente da Palestina, Abbas: A situação atual é insustentável. Nosso povo precisa de esperança genuína e de ver esforços críveis para acabar com esse conflito, pôr fim à miséria e conseguir seus direitos"
 (Reuters / Carlo Allegri)

Presidente da Palestina, Abbas: A situação atual é insustentável. Nosso povo precisa de esperança genuína e de ver esforços críveis para acabar com esse conflito, pôr fim à miséria e conseguir seus direitos" (Reuters / Carlo Allegri)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 14h35.

Nações Unidas - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou nesta quarta-feira que os palestinos não podem continuar sendo legalmente obrigados a cumprir o Acordo de Oslo, que desde 1993 marcam o roteiro do processo de paz com Israel.

"Declaramos que não podemos seguir legalmente obrigados por esses acordos assinados e que Israel deve assumir todas suas responsabilidades como poder ocupante, porque o status quo não pode continuar", disse Abbas em discurso na Assembleia-Geral da ONU.

"Nós, por nossa parte, não estamos comprometidos com esse acordo. Israel deve assumir a responsabilidade completa pelo ocorrido. Essa é uma decisão do parlamento palestino. Nossa paciência chegou ao fim", acrescentou.

A medida pode levar ao cancelamento da cooperação em segurança mantida por Israel e a ANP. E, até mesmo a própria dissolução do órgão de governo palestino, criado em 1994 em virtude da assinatura um ano antes do Acordo de Oslo.

Abbas afirmou que Israel "se nega a cumprir com os acordos", o que transforma a Palestina "em uma autoridade sem poderes reais".

"Enquanto Israel se negar a acabar com as atividades de assentamentos e liberar o quarto grupo de prisioneiros como estabelecem nossos acordos, não nos deixam outra opção além de insistir que não seremos os únicos comprometidos com eles", afirmou.

"Quanto tempo Israel seguirá acima da lei internacional, sem prestar contas?", perguntou.

"A situação atual é insustentável. Nosso povo precisa de esperança genuína e de ver esforços críveis para acabar com esse conflito, pôr fim à miséria e conseguir seus direitos", disse Abbas.

"Já não é útil gastar tempo em negociações pelo mero fato de negociar. O que se requer é mobilizar os esforços internacionais para supervisionar um fim da ocupação em linha com resoluções de legitimidade internacional", completou Abbas.

"Peço às Nações Unidas para proporcionar proteção ao povo palestino, de acordo com a lei humanitária internacional. Precisamos de proteção, estão nos batendo de todos os lados", destacou.

O líder da ANP confirmou que a Palestina continuará os esforços para acionar convenções e organizações internacionais, incluindo o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional.

Abbas participará hoje de uma cerimônia na qual a bandeira da Palestina será içada na sede da ONU, na qualidade de observador permanente.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursará amanhã na Assembleia-Geral da ONU. EFE

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