O presidente palestino Mahmoud Abbas: "o assassinato de Abu Ein é um ato bárbaro, inaceitável, e não nos manteremos em silêncio perante este crime" (Abbas Momani/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 11h26.
Ramala - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenou nesta quarta-feira a morte do ministro palestino Ziad Abu Ein em uma ação das forças israelenses na Cisjordânia ocupada e prometeu adotar as medidas necessárias após conhecer as circunstâncias do caso.
Em comunicado oficial divulgado pela agência "Wafa", o líder disse que a atuação das forças israelenses foi um "ataque brutal" sem "nenhuma justificativa". Abbas decretou três dias de luto oficial no território palestino.
"O assassinato de Abu Ein é um ato bárbaro, inaceitável, e não nos manteremos em silêncio perante este crime", afirmou. Abu Ein, responsável palestino para Assuntos das Colônias e o Muro, morreu quando participava de um plantio de oliveiras em terras confiscadas por Israel de famílias palestinas para ampliar uma colônia considerada ilegal.
Segundo testemunhas, Abu Ein entrou em coma e morreu 30 minutos após receber um forte impacto no peito, aparentemente com a culatra de um fuzil, um golpe na cabeça aplicado com um capacete e inalar gás lacrimogêneo durante o ato em Turmusiya, uma aldeia ao norte de Ramala.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) garantiu que adotará "os passos necessários após conhecer os resultados da investigação sobre as circunstâncias da morte".
Abbas voltou a responsabilizar pelo sofrimento dos palestinos o atual governo israelense, um dos que mais promoveu a ampliação dos assentamentos ilegais na Palestina.
O porta-voz do governo de unidade palestino, Ihab Beseiso, condenou a morte do ministro e em um comunicado e disse que o caso é "uma continuação dos crimes israelenses contra nosso povo".
"Consideramos muito grave o sucedido, assim como todas as violações que são cometidas contra nosso povo. Adotaremos todos os meios legais necessários para defender nosso povo", afirmou.
Pelo menos 50 palestinos morreram neste ano por disparos ou ações do exército israelense na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
O movimento islamita Hamas também condenou o ocorrido e disse que o ministro "foi assassinado enquanto resistia à ocupação".
Abu Ein tinha sido designado há um mês chefe do Comitê da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) para os Assentamentos e o Muro do Apartheid, e tinha o cargo de ministro.
O dirigente já ocupara o cargo de vice-ministro de presidência da ANP, como titular de Assuntos dos Presos, e era membro do Conselho Revolucionário do partido de Abbas, o Fatah.
Em declarações à Agência Efe, o exército israelense se limitou a afirmar que o episódio "está sob investigação".