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Abbas anuncia saída dos Acordos de Oslo após medida dos EUA

Medida é uma reação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel

Mahmoud Abbas: "A decisão sobre o Jerusalém nos libera de todo acordo que tenhamos assinado", disse o presidente da Autoridade Palestina (Pawel Kopczynski/Reuters)

Mahmoud Abbas: "A decisão sobre o Jerusalém nos libera de todo acordo que tenhamos assinado", disse o presidente da Autoridade Palestina (Pawel Kopczynski/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 08h34.

Última atualização em 13 de dezembro de 2017 às 09h09.

Istambul - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou nesta quarta-feira que considera que já não estão em vigor os Acordos de Oslo, e qualquer outro assinado desde então, como consequência da decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

"A decisão sobre o Jerusalém nos libera de todo acordo que tenhamos assinado. Por exemplo, os Acordos de Oslo. Nós o assinamos, mas agora já não são vinculativos para nós", disse Abbas durante a cúpula extraordinária da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) em Istambul.

"Já não estamos comprometidos com nenhum acordo, desde o de Oslo até hoje", acrescentou o líder palestino em discurso na cúpula no qual anunciou o fim do papel dos EUA como mediador no conflito.

Os acordos de Oslo, assinados em 1993, estabeleceram o reconhecimento internacional da Autoridade Palestina como corpo administrativo em Cisjordânia e Gaza, e assentaram a base para a colaboração administrativa entre o governo israelense e organismos palestinos nos territórios ocupados.

Abbas insinuou hoje que poderia abandonar os assuntos administrativos civis, como os serviços de saúde, e devolver toda a responsabilidade a Israel.

"Nós não temos autoridade. Por que deveríamos nos responsabilizar? Os senhores são o Estado ocupante", declarou.

"A decisão de transferir a embaixada para Jerusalém é uma clara violação da lei internacional. Expressamos nossa plena rejeição desta decisão, que chegou em um momento no qual pensamos que poderíamos trabalhar juntos para uma paz ampla", destacou Abbas.

"Trump fez o contrário. Provocou todo o mundo. Os Estados Unidos escolheram perder sua capacidade de mediador e se desqualificaram para participar do processo de paz. Mostraram sua parcialidade", lamentou o dirigente palestino.

"Os Estados Unidos já não são mediadores. Já não é aceitável. Já não queremos a medicação americana", reforçou.

Nesse sentido, pediu a todo o mundo que empregue sanções ou pressões econômicas contra os Estados Unidos, já que "todo o mundo olha pelo seu interesse e devem sentir que estão pagando um preço".

"A decisão de Trump oferece Jerusalém a Israel como presente, algo unilateral, como se lhes presenteasse uma cidade americana", acrescentou.

"A decisão reforçará grupos extremistas para transformar um conflito político em um religioso. Que assim seja. O mundo sofrerá as consequências e eles devem assumir a responsabilidade", advertiu Abbas.

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