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Abastecimento de energia começa a se normalizar em NY

A normalização acontece quatro dias após a passagem da supertempestade Sandy


	Moradores do East Village sem eletricidade preparam uma refeição na rua: 70.000 lares de Nova York recuperaram a eletricidade desde quinta, mas 460.000 ainda continuam sem luz
 (Stan Honda/AFP)

Moradores do East Village sem eletricidade preparam uma refeição na rua: 70.000 lares de Nova York recuperaram a eletricidade desde quinta, mas 460.000 ainda continuam sem luz (Stan Honda/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2012 às 16h59.

Niva York - A energia começava a voltar às áreas de Nova York mais atingidas pela passagem da supertempestade Sandy há quatro dias, mas boa parte dos nova-iorquinos não escondia a revolta com a demora no restabelecimento da eletricidade e as filas intermináveis nos postos de gasolina.

O prefeito Michael Bloomberg anunciou que cerca de 70.000 lares de Nova York recuperaram a eletricidade desde quinta-feira, mas que 460.000 ainda continuam sem luz.

Bloomberg espera que a Con Edison, o principal provedor da cidade, restabeleça o serviço na maior parte de Manhattan até a meia-noite desta sexta-feira.

A imprensa local, por sua vez, criticou Bloomberg por sua decisão de manter a Maratona de Nova York no domingo, enquanto milhares de seus cidadãos ainda tremem com os pés na água.

"Abuse of power" (trocadilho com "abuso de poder" e "desvio de energia") era a manchete desta sexta-feira do New York Post com uma foto de geradores colocados pelos organizadores da prova.

Apesar da mobilização de emergência e o anuncio da distribuição de um milhão de refeições às populações aos atingidos, a frustração é intensa nas áreas mais afetadas, como Staten Island. "Se eles levarem um só bombeiro ou um oficial de polícia para a maratona, eu vou gritar", disse indignado James Oddo, um vereador de Staten Island. "As pessoas aqui não têm mais casa e nem esperança".


As críticas também atingem os fornecedores de eletricidade, que lutam para restabelecer milhares de linhas derrubadas pelos ventos ou varridas pelas inundações. Sem eletricidade, a água não chega aos arranha-céus, o aquecimento falta e as linhas do metrô continuam sem funcionar nos bairros afetados.

De acordo com a Con Edison, 570 mil casas continuavam sem energia na grande Nova York nesta sexta-feira, entre elas 226.000 em Manhattan.

A energia deve ser quase totalmente restabelecida sábado no sul de Manhattan, mas algumas áreas devem permanecer sem eletricidade até 11 de novembro.

O fornecedor ressalta que já reconectou 320.000 clientes desde segunda-feira, com a ajuda de milhares de técnicos adicionais, por vezes, da Califórnia. Mas eles precisam trabalhar com segurança e com o maior cuidado, já que ainda existem milhares de fios no chão, 500 estradas bloqueadas em Nova York e milhares de subsolos de edifícios em Manhattan, inundados.

O governador Andrew Cuomo não mediu palavras na noite de quinta-feira para dizer aos fornecedores: "as promessas não são suficientes, precisamos de resultados". Ele também alertou os comerciantes para não tirar partido da situação aumentando seus preços.

Quanto ao transporte, os ônibus circulam normalmente e o metrô e trens suburbanos retomam os serviços de forma gradual, com a reabertura nesta sexta-feira das linhas para Long Island (leste) e para os subúrbios do norte.

Mas o metrô, que normalmente transporta 5,5 milhões de passageiros por dia, não passa da 34th Street, e o sul de Manhattan continua sem eletricidade.

Para reduzir o congestionamento, a polícia controlará estritamente um "esquema de carona" obrigatório (pelo menos três pessoas por veículo) nas pontes que levam a Manhattan: um policial verifica no interior do veículo se o número de passageiros é o mínimo necessário, caso contrário o carro é desviado.


A New York Taxi Commission, que gere a frota de milhares de táxis em Nova York, advertiu que devido à falta de combustível, os famosos táxis amarelos são menos numerosos nas ruas nesta sexta-feira.

O problema número um ainda é encontrar combustível, especialmente nos subúrbios e nas pequenas cidades de Nova Jersey, onde não se pode viver sem um carro. A paciência dos motoristas, que chegam a enfrentar três horas de fila para encher seu tanque ou recipiente para seu gerador, está acabando e há relatos de confrontos e tentativas de furto.

Em Nova Jersey, onde Sandy provocou enormes estragos, a falta de eletricidade ainda atinge 1,5 milhão de pessoas, com um saldo de 14 pessoas mortas.

As autoridades locais advertem para o perigo do uso de geradores: cinco pessoas morreram desde segunda-feira envenenadas por monóxido de carbono.

Nova York está conseguindo manter sob controle a segurança e até agora a polícia local evitou roubos ou saques motivados pela falta de alimentos e gasolina, impedindo uma repetição dos fatos ocorridos na tragédia do furacão Katrina em Nova Orleans, em agosto de 2005, quando a cidade que ficou sob as águas sofreu uma onda de vandalismo e violência.

A polícia de Nova York - uma das mais equipadas do país - está presente em diferentes partes da cidade e patrulha as ruas 24 horas por dia.

Passados quatro dias, o saques têm sido muito limitados, segundo o chefe da polícia nova-iorquina, Ray Kelly.

Bloomberg, por sua vez, afirmou que nenhum homicídio foi registrado nos últimos quatro dias.

Quatro dias antes da eleição presidencial, o número de vítimas da supertempestade subiu para 41 mortos em Nova York, segundo a polícia.

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