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Ainda dá tempo? A um mês da eleição, Macri começa busca por votos

Presidente se comprometeu a visitar trinta cidades argentinas nos próximos trinta dias para tentar reverter a ampla desvantagem para Alberto Fernández

Mauricio Macri: presidente quer visitar 30 cidades (Ignacio Izaguirre/Reuters)

Mauricio Macri: presidente quer visitar 30 cidades (Ignacio Izaguirre/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 07h00.

Última atualização em 27 de setembro de 2019 às 07h34.

São Paulo — A um mês das eleições gerais argentinas, o presidente Mauricio Macri aposta em uma marcha nacional para tentar recuperar votos e garantir, pelo menos, um segundo turno. O presidente, candidato da chapa Juntos por el Cambio (juntos pela mudança), percorrerá 30 cidades do país nos próximos 30 dias, em movimento chamado de “Sí se puede” — uma alusão ao famoso Yes We Can da campanha que levou Barack Obama à Casa Branca. A primeira marcha acontece neste sábado 28 na cidade de Barrancas de Belgrano.

A iniciativa foi anunciada pelo próprio Macri nas redes sociais no dia 19 de setembro. “A Marcha do #SíSePuede: Saímos para ganhar. A campanha presidencial que começa no domingo será diferente de todas que vivemos até agora. Quero convidá-lo a fazer algo poderoso e influente, algo que pode influenciar na eleição, mas que precisa de você de maneira indispensável”, escreveu o presidente no Twitter.

Macri disse na rede social que os encontros passarão por 30 cidades para “expressar pacificamente e com alegria quem somos, quanto queremos o que queremos e até que ponto estamos dispostos a lutar”. Fora as manifestações, o presidente também deve anunciar nos próximos dias, segundo a imprensa local, novas promessas para a classe média.

O plano é tentar levar os apoiadores de Macri para as ruas sábado. O ator e comediante Alfredo Casero, por exemplo, publicou um vídeo-convocatória em que defende que depende de os argentinos “reconhecer seu poder frente a qualquer coisa que aconteça (…) como perder um monte de liberdades e aceitar de alguma forma que tudo o que não pode ser demonstrado, que é a compra de pessoas, a compra de votos com essas pessoas, a dignidade e tudo o que já sabemos”.

Estes não serão os primeiros atos em apoio ao candidato, houve também uma mobilização de apoio forte no dia 24 de agosto, depois da divulgação do resultado das primárias argentinas. Na votação do dia 11 de agosto, Alberto Fernández, cuja colega de chapa é a ex-presidente Cristina Kirchner, teve 47% dos votos contra 32,6%, o que lhe garantiria uma vitória já no primeiro turno.

Os investidores não reagiram bem diante da possibilidade de uma chapa kirchnerista voltar ao poder. No dia seguinte ao resultado, o peso argentino chegou a atingir a mínima recorde de 65 por dólar e principal índice acionário do país, o Merval, fechou em baixa de 30%. De acordo com a provedora de informações financeiras Economatica, a bolsa argentina encolheu 23,721 bilhões de dólares somente no dia 12 de agosto.

Ainda assim, as pesquisas de opinião seguem indicando uma vitória em primeiro turno para Fernández. No dia 9 de setembro, segundo pesquisa da empresa Ricardo Rouvier & Asociados, Fernández tinha 51,5% das intenções de votos, contra 34,9% de Macri. Para a empresa Clivajes, Fernández receberá 52,6% dos votos, e Macri ficará com 32,5%.

A última esperança do presidente e dos investidores agora é que essa peregrinação de um mês consiga angariar votos (muitos votos) para o dia 27 de outubro.

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