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A Segunda Guerra acabou, mas a batalha nuclear continua

Décadas já se passaram desde a bomba nuclear sobre Nagasaki, mas o Japão segue rodeado por ameaças nucleares — e desta vez o inimigo é a Coreia do Norte

Segunda Guerra: foto mostra o momento em que cidade é atingida por bomba nuclear (Hiromichi Matsuda/Getty Images)

Segunda Guerra: foto mostra o momento em que cidade é atingida por bomba nuclear (Hiromichi Matsuda/Getty Images)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 06h28.

Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 07h24.

Há exatos 72 anos, os Estados Unidos lançavam uma bomba nuclear sobre a cidade japonesa de Nagasaki, deixando mais de 70.000 pessoas mortas. O ataque, que horrorizou o mundo e marcou o começo do fim da Segunda Guerra Mundial, com a rendição japonesa, ocorreu três dias após o bombardeio à cidade de Hiroshima, onde mais de 140.000 pessoas já haviam morrido. Décadas já se passaram desde então, mas o Japão segue rodeado por ameaças nucleares — e desta vez o inimigo é a Coreia do Norte.

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“O inferno não é uma coisa do passado”, afirmou o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matzui, na cerimônia que lembrou o ataque, no último domingo. No Japão, ainda vivem cerca de 350.000 “hibakusha”, pessoas reconhecidas pelo governo como sobreviventes da guerra. Eles têm idade média de 81 anos e ainda sofrem os efeitos da radiação. “Enquanto as armas nucleares existirem e os políticos ameaçarem usá-las, o horror que causam pode retornar ao nosso presente a qualquer momento”, afirmou Matzui.

Na terça-feira, o jornal The Washington Post divulgou um novo estudo da Agência de Inteligência da Defesa, que afirmou que a Coreia do Norte conseguiu produziu uma ogiva nuclear em miniatura, que pode ser acoplada a qualquer um dos mísseis do país. Estima-se que a Coreia do Norte tenha o domínio de 60 armas nucleares. No último fim de semana, a ONU impôs novas sanções ao país para tentar barrar a produção dessas armas, que impedem a exportação de carvão, ferro, chumbo, minério de ferro e de chumbo e frutos do mar — e devem gerar um prejuízo ao país de 1 bilhão de dólares.

O líder Kim Jong-un já afirmou que vai se vingar dos americanos, que pressionaram para a aprovação das sanções, e que “se eles acham que estão em segurança, estão muito enganados”. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira que, caso o país siga com as ameaças, a resposta virá em forma de “fogo e fúria”.

Em julho, mais de 120 países se tornaram signatários do primeiro tratado da ONU que proíbe armas nucleares. As nove potências nucleares do mundo, porém, não assinaram o acordo: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, Israel, China, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. O Japão também ficou de fora. A batalha pelo fim da ameaça nuclear segue muito viva, 72 anos depois de Nagasaki.

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