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A magia Madiba, com passos de dança e um sorriso cativante

Uma aura de grandeza e de simplicidade, mas também um passo de dança inimitável, camisas coloridas e um sorriso cativante: esta é a "magia Madiba"

Mandela participa de uma festa de fim de ano em seu vilarejo natal, Qunu, em 96: "Madiba" é também o ritmo do "Madiba jive" e a colorida elegância das "Madiba shirts" (Anna Zieminski/AFP)

Mandela participa de uma festa de fim de ano em seu vilarejo natal, Qunu, em 96: "Madiba" é também o ritmo do "Madiba jive" e a colorida elegância das "Madiba shirts" (Anna Zieminski/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 13h32.

Johannesburgo - Uma aura de grandeza e de simplicidade, mas também um passo de dança inimitável, camisas coloridas e um sorriso cativante: esta é a "magia Madiba", nome do clã de Nelson Mandela, convertido em apelo emocional na África do Sul.

O mundo gravou em sua memória a imagem do primeiro presidente negro da África do Sul democrática fazendo passos de dança, ao fim da solene cerimônia de posse, em maio de 1994. Uma figura esbelta, abalada pelos anos de cativeiro, unida a um inegável ritmo e a um sorriso imenso.

"Madiba" não é apenas o nome carinhoso com o qual os sul-africanos se referem ao pai da nação, é também o ritmo do "Madiba jive" e a colorida elegância das "Madiba shirts".

O "Madiba jive" (o swing Madiba) havia nascido. As rádios o divulgaram, os humoristas o copiaram. Não havia um comício, uma conferência do Congresso Nacional Africano ou uma visita a uma escola onde o presidente, e mais tarde ex-presidente, não fosse convidado a executar seus passos.

Inseparáveis do personagem, havia um catálogo infinito de amplas camisas de seda coloridas confeccionadas por um alfaiate de Abidjan. Eram as "Madiba shirts" (camisas Madiba).

"Nenhum outro presidente no mundo teve um impacto tão importante na moda", afirmava uma revista sul-africana de moda em um anúncio de 1999 no qual desejava uma boa aposentadoria a Mandela.


As crianças dos guetos o adoravam, assim como os chefes de Estado, obrigados frequentemente a mendigar aos fotógrafos uma foto ao lado do líder sul-africano durante as cúpulas internacionais. Mandela embelezava aqueles que se aproximavam dele, por sua simplicidade e sua franqueza aparente, que escondiam um grande instinto político e carisma.

Poucos chefes de Estado podiam, sem mostrar uma imagem artificial, dizer que se sentiam honrados pela visita de um cidadão anônimo ou do chefe de um pequeno partido hutu do Burundi, assim como pela da rainha Elizabethh II da Inglaterra ou das Spice Girls.

A "magia Madiba" também pode ser capaz de interromper uma sessão do conselho de ministros para se interessar pela saúde de uma jornalista grávida, tocar sua barrica com as imensas mãos de ex-boxeador e perguntar pela data do parto.

"Ele era capaz de abrir seu coração, dizer coisas que outros não podiam dizer e manter, inclusive assim, sua dignidade", declarou sua esposa Graça Machel, 27 anos mais nova.

Roelf Meyer, ex-ministro e negociador do regime do apartheid, explicou ter percebido o carisma de Mandela quando, pouco depois de sua libertação como prisioneiro político, em 1990, viu dezenas de jovens brancos fazerem fila para apertar a mão do "antigo terrorista".

A admiração continuou crescendo quando, após abandonar a gestão política diária, Mandela assumiu o papel de "avô da nação" e de "ícone mundial da reconciliação", nas palavras do arcebispo Desmond Tutu.

Convertido em símbolo ainda em vida, quase intocável, Nelson Mandela se tornou o "Super-MadibaMan", como ironiza uma série de camisetas sul-africanas, que o representam como um super-herói das histórias em quadrinhos americanas.

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