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AL é única região com aumento de homicídios na década

Região é a única a registrar aumento na taxa de homicídios (11%) na última década


	Policial com arma em Tegucigalpa, Honduras: País que tem o maior índice de homicídios é Honduras, com 82 por cada 100 mil habitantes, quando a média mundial é de 6,7
 (Spencer Platt / Getty Images)

Policial com arma em Tegucigalpa, Honduras: País que tem o maior índice de homicídios é Honduras, com 82 por cada 100 mil habitantes, quando a média mundial é de 6,7 (Spencer Platt / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 12h21.

Viña del Mar (Chile) - A proporção de roubos na América Latina e no Caribe triplicou nos últimos 25 anos, e além disso, a região é a única do mundo que registrou um aumento na taxa de homicídios (11%) na última década.

Estes dados foram dados divulgados neste sábado durante a Segunda Reunião sobre Segurança Cidadã da América Latina, organizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e realizada na cidade chilena de Viña del Mar.

A insegurança 'é a principal preocupação dos latino-americanos', constatou Heraldo Muñoz, diretor regional do Pnud, em entrevista coletiva na qual esteve acompanhado pelo ex-presidente guatemalteco Álvaro Colom.

'O problema da insegurança cidadã aumentou em toda a região; em alguns casos com violência letal, ou seja, com homicídios; em outros casos com delitos contra a propriedade, como os roubos, de modo que ninguém está livre destes problemas', advertiu.

O índice de homicídios aumentou 11% na última década, e o país que sofre com a maior taxa é Honduras, com 82 por cada 100 mil habitantes, quando a média mundial é de 6,7, apontou o ex-ministro chileno.

Entretanto, 'nos países que enfrentam baixas taxas de homicídios, como o Chile, os delitos patrimoniais aumentaram fortemente', explicou Muñoz. Segundo disse, nos últimos 25 anos, a proporção de roubos triplicou no conjunto da América Latina.

Além disso, a cada dia são registrados 460 ataques sexuais, cujas vítimas são em sua maioria mulheres, que são também as que mais sofrem outra violência 'invisível', que é a violência doméstica.


Em conjunto, um de cada cinco latino-americanos denunciou no último ano ter sido vítima de algum tipo de delito.

Segundo Muñoz, 'há um problema com a capacidade do Estado para responder a esta situação de insegurança', tanto em matéria policial e judicial, como de sistemas carcerários.

Além disso, o crescimento na região na última década foi 'mais em quantidade do que em qualidade'. 'Há muita desigualdade nesse crescimento, com falta de oportunidades de emprego para os jovens', apontou o diretor regional do Pnud.

Em terceiro lugar, enumerou, a expansão urbana provocou a ruptura de algumas redes, como a família e o bairro, que antes freavam em parte da violência. 'O tecido social vai desmoronando', assinalou Muñoz.

Por outra parte, o crime se articulou através de redes internacionais, como ocorre com o tráfico de armas desde os Estados Unidos e com as gangues centro-americanas. Frente a isso, segundo Muñoz, a cooperação internacional demonstra ser 'insuficiente'.

Entre os participantes da reunião de Viña del Mar está o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, a secretária executiva da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza. EFE

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