Mundo

A guerra dos EUA contra o remédio mais perigoso do mundo

ÀS SETE - Nesta quinta-feira, a Casa Branca deve fazer um pronunciamento sobre a gravidade da epidemia de uso excessivo de opioides

Opioides: o fundo público para emergências de saúde têm apenas 57.000 dólares restantes em caixa

Opioides: o fundo público para emergências de saúde têm apenas 57.000 dólares restantes em caixa

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 06h51.

Última atualização em 26 de outubro de 2017 às 11h13.

O uso excessivo de opioides, remédios utilizados no combate a dores crônicas, virou caso de emergência nacional nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira, ao meio-dia, no horário de Brasília, a Casa Branca deve fazer um pronunciamento sobre a gravidade da epidemia.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

Normalmente, os anúncios deste tipo são acompanhados de medidas para controlar o problema no curto prazo, mas o fundo público para emergências de saúde têm apenas 57.000 dólares restantes em caixa, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS).

O National Institute on Drug Abuse, que investiga e acompanha os vícios da população americana, apontou em junho que cerca de 90 pessoas morrem todos os dias no país por overdose de opioides.

O Centro para Controle e Prevenção de Doenças estima que a epidemia já custe 78,5 bilhões de dólares aos cofres públicos americanos, num fardo que inclui custos com saúde, perda de produtividade profissional, tratamentos de dependência e envolvimento da justiça.

No dia 19 de outubro, a agência de notícias Bloomberg publicou uma reportagem falando sobre a disseminação da droga em Wall Street, centro financeiro dos Estados Unidos, intitulada “The Opioid Addict on the Trading Floor”, mostrando que o problema não está mais restrito a comunidades pobres e já atinge executivos.

Entre 2014 e 2015, enquanto as mortes por opióides cresceram 16% no país, elas avançaram 25% em Nova York e 31% em Connecticut, ambos entre os estados americanos mais ricos. Os dados são da Kaiser Family Foundation.

O problema não é restrito aos Estados Unidos. Em setembro deste ano, a revista Superinteressante publicou uma reportagem de capa sobre a epidemia, intitulada “O remédio mais perigoso do mundo”.

O texto conta que, com a repressão à droga nos Estados Unidos, os laboratórios estão apostando em outros mercados, inclusive o brasileiro. Por aqui, o consumo de opioides per capita ainda é um dos menores do mundo, e o cultivo de papoula, planta de onde a matéria-prima base dos remédios, o ópio, é extraído, é proibido.

Porém, de acordo com o laboratório Mundipharma, que produz o remédio OxyContin, vendido no Brasil, há 80 milhões de pessoas sofrendo de dores crônicas no país. Uma multidão de consumidores em potencial.

Acompanhe tudo sobre:ArrayÀs SeteDrogasEpidemiasEstados Unidos (EUA)Exame Hoje

Mais de Mundo

Biden diz a Trump que os migrantes são o "sangue" dos Estados Unidos

Incêndios devastam quase 95 mil hectares em Portugal em 5 dias

Relatório da ONU e ONGs venezuelanas denunciam intensificação de torturas nas prisões do país