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Apesar dos casos de doenças nos EUA, Europa apoia os cigarros eletrônicos

Em ambas as regiões, o tabagismo caiu, mas os números de vaping aumentaram. Nos EUA, taxa de fumantes caiu de 18% para 13%. No Reino Unido, de 19% para 14%

Homem com cigarro eletrônico: doenças associadas ao vaping foram registradas nos Estados Unidos (David Mercado/File Photo/Reuters)

Homem com cigarro eletrônico: doenças associadas ao vaping foram registradas nos Estados Unidos (David Mercado/File Photo/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 15 de setembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 15 de setembro de 2019 às 06h00.

São Paulo - O relacionamento especial com o vaping está desmanchando.

Embora o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha prometido “fazer algo muito, muito forte” depois do registro de centenas de casos de doenças pulmonares associadas a cigarros eletrônicos, autoridades de saúde pública do Reino Unido, o maior mercado da Europa para os produtos, endossaram o vaping como uma maneira de ajudar as pessoas a deixarem de fumar.

É a visão predominante em toda a Europa, onde autoridades estão mais otimistas porque as doenças surgidas nos Estados Unidos estão amplamente ligadas ao vaping de líquidos com THC, o composto psicoativo da cannabis, que é proibido em grande parte da Europa. O uso entre adolescentes europeus também é muito menor do que nos EUA, assim como o conteúdo de nicotina nos populares produtos vaping.

"Se você é fumante e não parou de fumar, tente o vaping", disse Martin Dockrell, responsável pela área de tabaco da Public Health England, em entrevista publicada em seu feed do Twitter este mês. A agência estatal tem dito repetidamente que o vaping é 95% menos prejudicial que o cigarro.

A resposta à crise do vaping destaca uma diferença mais profunda na abordagem das duas regiões às alternativas ao fumo. Os órgãos de saúde do Reino Unido lideram uma iniciativa para a aceitação de produtos como o Blu, da Imperial Brands, e o Vype, da British American Tobacco, como uma maneira para que as pessoas parem de fumar, o que pode causar câncer, problemas cardíacos e outras doenças.

Por outro lado, nos EUA, onde inúmeros processos foram movidos contra o setor de tabaco nas últimas décadas, teme-se que as alternativas ao cigarro sejam uma possível porta de entrada para o fumo.

O que alinha ambas as regiões é que as taxas de tabagismo caíram, enquanto os números de vaping aumentaram. Nos EUA, cerca de 13% da população fumava cigarros no ano passado, em relação a 18% em 2013, de acordo com a Euromonitor International. No Reino Unido, a taxa caiu de 19% para 14%, enquanto o declínio foi mais lento em países como França e Alemanha.

Maior mercado do cigarro eletrônico

O Reino Unido é o principal mercado de vaping na Europa, com 6,3% da população adulta que usa esses dispositivos, mas muito menos adolescentes britânicos usam vaporizadores do que nos EUA.

Cerca de 1,6% das pessoas de 11 a 18 anos disseram usar cigarros mais de uma vez por semana, de acordo com uma pesquisa da Yougov publicada pelo grupo antitabaco Action on Smoking and Health em junho.

Já o Departamento de Saúde e Serviços Humanos disse quarta-feira que a proporção de usuários de cigarros eletrônicos entre estudantes do ensino médio dos EUA aumentou para um em cada quatro, citando dados preliminares de uma nova pesquisa.

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