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A cada 11 minutos uma mãe ou um bebê morrem durante o parto, diz ONU

Segundo dados globais da Organização, 7.000 recém-nascidos perderam a vida diariamente em 2018

Gravidez: segundo o chefe da OMS "nutrição adequada, medicamentos básicos e vacinas podem fazer a diferença entre a vida e morte" (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Gravidez: segundo o chefe da OMS "nutrição adequada, medicamentos básicos e vacinas podem fazer a diferença entre a vida e morte" (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

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AFP

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 09h55.

Última atualização em 19 de setembro de 2019 às 09h56.

Uma mãe morre no parto ou um bebê em seu nascimento a cada onze segundos no mundo, mesmo que essas tragédias estejam em acentuado declínio nas últimas décadas, de acordo com novas estatísticas divulgadas nesta quinta-feira (19), pela ONU.

"Em países que fornecem serviços de saúde seguros, acessíveis e de alta qualidade para todos, mulheres e bebês sobrevivem e prosperam", afirmou o chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ele falou após a publicação de dois relatórios de várias agências da ONU, incluindo OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que mostram um progresso real em nível global na redução do número de mulheres grávidas ou de novas mães e bebês que perdem a vida a cada ano.

Atualmente, o número de crianças menores de cinco anos que morre, 5,3 milhões no ano passado, caiu pela metade comparado ao início do século XXI, segundo estatísticas publicadas pela ONU.

Cerca de metade dessas mortes ocorre durante o primeiro mês de vida. Assim, 7.000 recém-nascidos perderam a vida diariamente em 2018.

Ao mesmo tempo, o número de mulheres que morrem como resultado de complicações durante a gravidez ou o parto caiu em mais de um terço: 295.000 em 2017 contra 451.000 em 2000. Mas ainda eram cerca de 800 por dia dois anos atrás.

Um total de 2,8 milhões de mulheres grávidas ou em trabalho de parto e recém-nascidos morrem a cada ano e, na maioria dos casos, isso pode ser evitado.

"O nascimento é um evento alegre em todo o mundo, mas a cada 11 segundos um nascimento se torna uma tragédia familiar", disse a chefe do Unicef, Henrietta Fore.

África Subsaariana

"Mãos competentes para ajudar mães e recém-nascidos ao nascer, junto com água limpa, nutrição adequada, medicamentos básicos e vacinas, podem fazer a diferença entre a vida e morte", ressaltou.

"Devemos fazer todo o possível para investir na cobertura universal de saúde para salvar essas vidas preciosas", disse.

A esse respeito, os dois relatórios destacam as desigualdades persistentes no planeta no acesso a serviços e cuidados necessários para um parto seguro.

A África Subsaariana enfrenta a pior situação nessa área, com mortalidade materna quase 50 vezes maior do que nos países mais ricos, enquanto os bebês têm dez vezes mais chances de perder a vida.

Em 2018, uma em cada treze crianças morreu antes dos cinco anos nesta região, em comparação com uma em 196 na Europa, segundo estatísticas da ONU.

Uma em 37 mulheres morre durante o parto na África Subsaariana, em comparação com uma em 6.500 nos países europeus.

E a ONU alertou que, na taxa atual, a meta global de atingir até 2030 uma média de 70 mulheres mortas para 100.000 recém-nascidos sobreviventes está longe de ser alcançada.

Síria e EUA

Pior ainda, no contexto geral de uma taxa decrescente, a mortalidade materna aumentou entre 2000 e 2017 em 13 países, incluindo alguns que enfrentam conflitos ou crises graves, como Síria e Venezuela, observou a ONU.

O maior aumento - 58% - dessa taxa em 17 anos, no entanto, foi registrado nos Estados Unidos, onde passou para 19 mortes por 100.000 recém-nascidos sobreviventes.

No Canadá, o aumento foi de 11%, ou 10 por 100.000 em 2017.

Nenhuma explicação foi dada sobre esses números mais recentes.

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