Mundo

A caçada internacional aos iates dos oligarcas russos

Segundo a BBC, muitos tentaram fugir para países como Maldivas ou ilhas no Caribe, fora do alcance das autoridades europeias e americanas

Rússia: Reino Unido, EUA e UE disseram que os superiates são alvos de apreensão (AFP/AFP)

Rússia: Reino Unido, EUA e UE disseram que os superiates são alvos de apreensão (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de março de 2022 às 10h29.

Última atualização em 24 de março de 2022 às 11h03.

As sanções de União Europeia, Reino Unido e EUA contra bilionários russos iniciaram uma caçada internacional ao maior símbolo dos oligarcas: seus superiates. Segundo a BBC, muitos tentaram fugir para países como Maldivas ou ilhas no Caribe, fora do alcance das autoridades europeias e americanas. Pelo menos oito já foram confiscados na Espanha, Itália e França.

Mas muitos conseguiram escapar, como os dois superiates ligados ao bilionário Roman Abramovich, dono do Chelsea. Um deles é o MY Solaris, de US$ 600 milhões, com piscina e heliporto. No dia 21, ele atracou no balneário turco de Bodrum. A Turquia disse que não vai aderir às sanções.

A outra embarcação é o Eclipse, um dos maiores iates do mundo, com nove decks, três helipontos e um submarino para três pessoas. Ele estava ancorado na ilha caribenha de Saint Maarten, território holandês ligado à UE, mas fugiu para Marmaris, na Turquia, onde chegou na terça-feira, 22.

Apreensões

Reino Unido, EUA e UE disseram que os superiates são alvos de apreensão. Outros continuam foragidos — alguns em movimento, outros ancorados em lugares a salvo de sanções. Muitos estão ligados a oligarcas russos, mas a propriedade é cercada de sigilo porque os barcos são registrados por empresas offshore. A equipe da Lloyd's List vasculhou documentos de registro, relatórios de crédito e outros documentos para determinar quem eles acreditam estar vinculado a cada embarcação.

O iate Sea Rhapsody, por exemplo, é vinculado a Andrei Kostin, presidente do banco estatal russo VTB, alvo das sanções. A embarcação, que possui um cinema e uma academia, partiu de Fethiye, na Turquia, em 18 de fevereiro, para Omã, e depois para Seychelles, onde ancorou em segurança no dia 3.

Maldivas, Seychelles e Dubai não têm acordo com EUA, Reino Unido ou UE que permita às autoridades confiscar propriedades, protegendo os iates de quaisquer sanções. Mas eles podem não conseguir ficar seguros indefinidamente. "Essas coisas são animais vivos que se alimentam na água e precisam de manutenção. Então, você precisa de portos que possam atendê-los", disse Capucine de Vallée, CEO da Boatbookings. "E todos os principais estaleiros estão no norte da Europa."

Além disso, Vallée acredita que os fabricantes podem deixar de oferecer peças e manutenção devido às sanções. É o que acontece com o Ragnar, de Vladimir Strzhalkovski, empresário amigo de Vladimir Putin. O iate está ancorado em Narvik, na Noruega, há cinco semanas. Os noruegueses se recusam a abastecê-lo, mesmo que Strzhalkovski não seja alvo de sanções.

Acompanhe tudo sobre:BilionáriosGuerrasIatesRússiaSançõesUcrânia

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia