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9 cidades africanas querem se tornar “carbono zero” até 2050

O continente africano está na linha de frente dos piores efeitos das mudanças climáticas e algumas cidades estão querendo mudar seu destino

Joanesburgo, na África do Sul: cidades africanas se comprometem a reduzir emissões de CO2. (CHAIWATPHOTOS/Thinkstock)

Joanesburgo, na África do Sul: cidades africanas se comprometem a reduzir emissões de CO2. (CHAIWATPHOTOS/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 22 de maio de 2018 às 11h34.

São Paulo – Nenhum continente será tão fortemente atingido pelos impactos da mudança climática quanto a África. Dada a sua localização geográfica, suscetível às maiores variações de temperatura, e a capacidade de adaptação consideravelmente limitada e exacerbada pela pobreza generalizada, o continente africano é um campo minado de tragédias potenciais.

Decididas a mudar esse futuro, nove cidades africanas resolveram agir, e se comprometeram, recentemente, a entregar sua parcela de redução de emissões de carbono para atingir os objetivos do Acordo de Paris. A meta? Alcançar economias "carbono zero" em pouco mais de 30 anos, de forma que a mesma quantidade de CO2 liberado seja reduzida e compensada com ações específicas.

Na linha de frente estão as cidades de Accra, capital de Gana, Dar es Salaam na Tanzânia, Addis Ababa na Etiópia, Lagos na Nigéria, Dakar no Senegal e quatro na África do Sul: Durban, Tshwane, Joanesburgo e Cidade do Cabo, que enfrenta a pior crise hídrica de sua história.

Para alcançar esse objetivo ambicioso, as cidades desenvolverão planos de ação para os setores da economia mais intensivos em emissões: transporte, gestão de resíduos e produção de energia. Esse planos estão sendo desenvolvidos com ajuda do C40 Cities, uma rede de cidades do mundo que luta contra a mudança climática.

Não será uma tarefa fácil. Entre as dez megacidades globais com as menores emissões, apenas uma, Joanesburgo, está atualmente na África, destaca a Reuters. Tampouco será uma investida barata, já que envolve mudanças de tecnologias e padrões produtivos.

Mas ninguém duvida que se trata de uma tarefa importante, já que o Banco Mundial projeta que quase 70% da população mundial viverá em cidades até 2050, e que a África poderá responder por metade do crescimento da população global nos próximos 30 anos. Cada vez mais, soluções locais tornam-se fundamentais para enfrentar os desafios do clima.

Até o momento, prefeitos de mais de 40 cidades entre as 96 afiliadas à rede C40 comprometeram-se publicamente a desenvolver e começar a implementar ambiciosos planos de ação climática até 2020 que vão além dos compromissos nacionais, a fim de atingir os objetivos mais altos do Acordo de Paris em nível local, demonstrando que o futuro está sendo moldado nas megacidades do mundo.

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