A grande maioria das empresas pesquisadas (87%) avalia que inserir conceitos de sustentabilidade na gestão traz resultados positivos (Flickr/visualpanic/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 11h02.
São Paulo - Mais da metade das companhias no Brasil (57%) já tem a sustentabilidade incorporada às suas operações de forma abrangente, aponta pesquisa realizada pela Amcham e divulgada na última sexta-feira (2) na cerimônia de entrega do Prêmio ECO 2011 na Amcham-São Paulo.
Para 20% das empresas, a sustentabilidade é um driver essencial para suas atividades, a ponto de terem modificado de forma significativa seu negócio, desenvolvendo novos produtos e processos. Nesse grupo, o tema está presente não apenas nas estratégias corporativas, como também em seus valores e cultura organizacional.
Outras 37% já estão envolvidas com o tema, possuem políticas e práticas de sustentabilidade e buscam integrar esses conceitos aos principais processos de negócios.
“Essa consciência cada vez maior por parte dos empresários é o que realmente move a sustentabilidade adiante. Cabe a nós, através do Prêmio ECO, divulgar, motivar e inspirar as empresas quanto às melhores práticas”, disse Gabriel Rico, CEO da Amcham ao apresentar os destaques da sondagem.
No caso das demais organizações, a sustentabilidade é considerada relevante, mas sua integração ao negócio ainda é incipiente: 17% analisam a possibilidade de implementar projetos nessa área; 14% desenvolvem ações sociais e ambientais com foco em comunidades (do entorno ou não), mas ainda de forma isolada; e 12% realizam iniciativas sustentáveis não integradas ao negócio, porém declaram sentir a necessidade dessa integração.
Para a sondagem, a Amcham entrevistou 76 executivos de empresas associadas de variados portes e setores da economia entre os dias 4 e 25 de novembro.
Em estudo semelhante realizado pela entidade em 2009, envolvendo 112 empresas, mas apenas de médio e grande portes, também 57% haviam respondido que tinham a sustentabilidade inserida de forma consistente no dia a dia das operações.
Valor agregado
As companhias consultadas pela Amcham em 2011, em sua grande maioria (87%), avaliam que inserir conceitos de sustentabilidade na gestão traz resultados positivos. De acordo com o levantamento, esse trabalho é traduzido em:
Questionadas sobre em que áreas as organizações desenvolvem ações que podem ser consideradas sustentáveis, as respostas foram: políticas para reduzir impacto das atividades no meio ambiente (18%); ética corporativa (17%); incorporação no sistema de gestão (10%); preocupação com clientes e consumidores (10%); governança corporativa (9%); elaboração de relatórios sociais ou de sustentabilidade (8%); ênfase no público interno (7%); programas de voluntariado (6%); incorporação do tema pela rede de fornecedores (4%); relações éticas com as esferas do poder público (3%); e investimentos sociais privados (3%).
Para fortalecer a cultura de sustentabilidade internamente, os instrumentos mais utilizados pelas companhias são os códigos de conduta (33%); os relatórios sociais ou de sustentabilidade (18%); políticas específicas de sustentabilidade (16%); diálogos estruturados com os stakeholders (partes envolvidas com o negócio) (11%); diretrizes de governança corporativa (10%); indicadores Ethos de responsabilidade social (3%) e aplicativos de tecnologia da informação para o sistema de gestão da sustentabilidade (1%).
Investimentos e métricas
O estudo da Amcham também apurou os valores já investidos em sustentabilidade, isto é, recursos alocados em processos, projetos, desenvolvimento de produtos e serviços e novas unidades produtivas. A maioria (83%) alocou até R$ 15 milhões. Uma fatia de 12% investiu entre R$ 15 milhões e R$ 60 milhões; 3% das empresas destinaram entre R$ 60 milhões e R$ 200 milhões; 1%, entre R$ 200 milhões e R$ 600 milhões; e 1%, acima de R$ 600 milhões.
Dentre as métricas que são adotadas pelas corporações para monitorar a sustentabilidade, destacam-se a redução do consumo de energia (eficiência energética, com 28%); a diminuição do consumo de água (24%); a redução das emissões de gases de efeito estufa (19%); a menor produção de dejetos (14%); o aumento da cobertura florestal (3%) e a ampliação do número de patentes de tecnologias verdes (1%).